O mês de Setembro é o mês da Primavera, a estação florida, onde as árvores se renovam e se cobrem de flores. Setembro é também o Mês do Alzheimer, uma doença degenerativa e progressiva do cérebro, caracterizada por uma perda das faculdades cognitivas superiores, manifestando-se inicialmente por alterações da memória episódica.
Entre 50 a 70 % das pessoas com demência têm a doença de Alzheimer, embora existam outros tipos de demência.
A DA não afeta somente o portador, mas toda a família. O cuidador e a família também precisam manter sua integridade física e emocional para planejar maneiras de conviver com a doença.
Atualmente pode-se observar o grande número de pessoas que têm essa doença e como a maioria das famílias ainda têm dificuldade de lidar com ela, a fim de minimizar o sofrimento do doente e da própria família, que vê o seu ente querido desaparecendo aos poucos, perdendo sua memória, sua elegância, e se deteriorando a cada dia.
Remexendo hoje os meus guardados, encontrei uns escritos do meu querido esposo que padeceu com o Alzheimer, vindo a falecer:
“Um senhor de idade chegou a um consultório médico para fazer um curativo em sua mão, onde havia um profundo corte. E muito apressado pediu urgência no atendimento, pois tinha um compromisso. O médico que o atendia, curioso perguntou o que tinha de tão urgente a fazer. O simpático velhinho lhe disse que todas as manhãs ia visitar sua esposa que estava em um abrigo para idosos, com Mal de Alzheimer muito avançado.
O médico muito preocupado com o atraso do atendimento, disse: ‘Então hoje ela ficará muito preocupada com a sua demora? ’
No que o senhor respondeu: ‘Não, ela já não sabe quem sou eu. Há quase cinco anos que não me reconhece mais...’
O médico então questionou: ’Mas então, pra que tanta pressa, se ela não o reconhece mais? ’ O velhinho deu um sorriso e respondeu: ‘-Ela não sabe quem eu sou. Mas eu sei muito bem quem ela é.’
Esta história está narrada no livro que escrevi sobre nossa convivência com o Mal de Alzheimer, sob o título: “SABEMOS QUEM ELE É”, pois embora meu esposo não nos conhecesse mais, sabíamos o filho, o irmão, o pai, o avô, o esposo, o homem honrado e digno que ele sempre foi.