Dia 26 de setembro é o DIA NACIONAL DO SURDO. A data homenageia a criação da primeira escola para surdos no Brasil, o Instituto Nacional dos Surdos Mudos do Rio de Janeiro em 1857.
Convidada a participar de um evento “Setembro Surdo” no CAS em Montes Claros, fiquei encantada com a mostra de inúmeras poesias escritas por alunos surdos, onde expressam suas dores, suas angústias, seus medos e suas esperanças. Todos se utilizam da LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais. Através dela é possível promover mais acessibilidade na comunicação para pessoas surdas, o que foi conquistado através de muito esforço e ainda faz parte de uma batalha diária na vida de muitos brasileiros. Anteriormente, já havia participado da Pastoral dos Surdos, em alguns eventos e através de missas que contam com intérpretes, para que os surdos possam dela participar.
É muito bela e até emocionante a exposição dos trabalhos expostos em um grande varal, e depois o momento em que vários autores declamaram (em LIBRAS), seus trabalhos em perfeitas performances. Antes de cada apresentação, conduzida pela professora Veronice e pela organizadora do Projeto, era lido o currículo de cada um, contando um pouco de suas vidas e como ficaram surdos; alguns já nasceram surdos, uns pela própria genética da família, outros porque a mãe teve rubéola na gestação, outros porque ficaram surdos anos depois de nascidos, uns por acidentes que os deixaram surdos, outros por doenças que deixaram sequelas.
Alguns exemplos dos trabalhos: de autoria de Marcos Jonas, um dos autores: “ Solidão, angústia, incompreensão e incômodo, uma prisão de dor. Barreiras, mas é preciso tentar. Evolução é o início do lutar. ”
Segundo explicações das professoras, é muito difícil para o surdo, escrever em português. Mas vimos que muitos são acadêmicos e até mestrandos, como por exemplo a Milene, de Bocaiuva que é acadêmica da Universidade Federal e Rosana, que ficou surda na adolescência, casou-se, tem uma filha e é professora na Unimontes. Exemplos que nos inspiram a vencer qualquer barreira que apareça em nossas vidas. Encantada com os trabalhos, falei com as organizadoras, que eles não poderiam ficar guardados apenas ali no CAS, mas deveriam ser expostos em locais públicos, para que sejam divulgados.