O Flamenco é um estilo de música e dança tipicamente espanhol. Essa manifestação cultural é relacionada sobretudo à comunidade autônoma de Andaluzia, ao sul da Espanha. Com influência árabe, judaica e cigana, o flamenco está presente na identidade do povo andaluz e é considerado um ícone da cultura espanhola.
Teve origem nos bairros pobres ciganos e foi passado de geração para geração, transformando-se em uma expressão artística bastante elaborada.
Em 2020 foi eleito como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Há alguns anos, o Flamenco foi trazido a Montes Claros pelas mãos de Elisa Pires, que a ele se dedica com amor, paixão e entusiasmo. Abriu uma escola para ensinar a dança e tem feito apresentações belíssimas a cada ano.
Mas nesse ano, preferiu inovar, combinando o flamenco com as músicas e danças do sertão, numa perfeita simbiose artística. O que vimos no seu espetáculo foi uma composição onde estiveram presentes as músicas e ritmos sertanejos, infiltrando-se aos pouquinhos nos passos do flamenco, como o samba e o baião. Ao compasso de Luar do Sertão, Xote das Meninas e muitas outras, as bailarinas se revezavam, ora acompanhando com seus passos cadenciados as músicas cantadas, ora incluíam os sapateados e os gestos e coreografias do flamenco.
Todos os presentes se deliciaram com as apresentações, desta vez no palco montado no quintal da família.
Duas coisas me encantaram ao assistir ao espetáculo: a perfeita simbiose do flamenco com as músicas e danças regionais e a presença de vários membros da família Pires: a mãe, irmãs, sobrinhas, todas juntas, mostrando que a música e a dança também são capazes de unir vários membros de uma só família, de gerações diferentes.