Minha querida amiga, Márcia! O que dizer a você nesse momento de tanta tristeza e dor? Sei que qualquer palavra é inútil, soa falso, não consola e não diminui o sofrimento. Mas quero que saiba que você pode contar com muitos ombros amigos para descansar sua cabeça, e entre eles o meu.
Se de qualquer coisa servir para acalmar um pouco o seu coração ferido, saiba que será recompensada porque você sempre foi uma boa filha, que cuidou tão bem de sua mãe, que renunciou a muitas coisas para ficar ao lado dela.
Carlos Drummond de Andrade em seu famoso poema “Para sempre”, assim diz: “Por que Deus permite que as mães vão se embora? Mãe não tem limite...” “Se fosse eu o rei do mundo baixaria uma lei: Mãe não morre nunca...”
E ele tem razão: Mãe não morre nunca e acompanha seu filho durante toda a vida, aqui e onde estiver. Sei bem o que é perder uma mãe, mas também sei que mesmo ausente nesse plano terreno, é o anjo consolador que ao lado do Pai aquietará o coração de todos os que ficam, especialmente você, filha tão devotada e amorosa.
Apesar desse momento, agradeça a Deus que lhe concedeu tantos anos ao lado dela, o que é um privilégio, e cultive as boas lembranças que viveu com ela.
Gostaria de lhe falar muitas coisas, mas recorro ao apóstolo Paulo, na sua carta aos Coríntios: “A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está o teu aguilhão?”
Uma das coisas mais lindas que já li sobre a morte é uma metáfora que diz que quando o rio vai correndo para o mar, sem poder voltar atrás, ele tem medo do que vai encontrar. Mas quando entra no mar, também se torna mar, imenso e caudaloso.
É assim a nossa vida.
Que o Senhor a coloque no colo e enxugue as suas lágrimas. Conte conosco.
Grande abraço.
