Quando cheguei em Montes Claros, em 1973, vinda de São Francisco, escrevia crônicas no Jornal de lá: “O SF: o Jornal de São Francisco”, assim como no “Vila Risonha”, jornal de minha terra, São Romão. Chegando aqui, me vi meio perdida, mas um dia em visita a Américo Martins, amigo do meu marido, falei com ele sobre o meu desejo de continuar a escrever. Como ele era diretor de um Jornal, fez-me uma proposta: se eu enviasse uma crônica toda semana, me daria uma coluna semanal. E assim comecei a escrever “Crônicas do Cotidiano”, todas as semanas.
Tinha dois fãs incondicionais que me ligavam assim que recebiam o jornal: Dr. Georgino e o Padre Murta, além do Dr. Maurício que um dia se encontrando comigo na porta do Automóvel Clube, me disse que apreciava muito o que eu escrevia. Com referências dessas, continuei com entusiasmo. Em 1997 escrevi meu primeiro livro “Memórias de um álbum de família” e fiz o lançamento no Centro Cultural para a família e amigos. Não pertencia a nenhuma Academia, mas alguém falou comigo que eu deveria convidar a Dona Yvonne, pois era Presidente da Academia Montes-clarense de Letras, que eu não conhecia. Ela recebeu o convite e foi ao lançamento. Daí nos tornamos amigas e ela insistia para que eu fosse um membro da Academia. Como na época eu estudava Direito à noite, não aceitei o convite porque não teria condições de participar.
Em 07 de agosto de 2002 tomei posse na Academia Montes-clarense de Letras, ocupando a cadeira nº 01 cujo patrono é o Desembargador Veloso. De 2020 a 2022, fui sua Presidente, em plena pandemia, o que impediu reuniões presenciais. No entanto fazíamos reuniões online, fizemos um Concurso Nacional de Poesias, que recebeu 997 trabalhos de todo o Brasil, publicamos 04 livros e ainda vários saraus online em torno das obras de Vinicius de Morais, Carlos Drummond de Andrade, Cora Coralina e outros, além de poemas e obras dos próprios autores. Na ocasião, escolhemos o Dr.Petrônio Braz para receber o troféu concedido a cada ano a um escritor, quando uma pequena comitiva “mascarada” foi lhe entregar em sua casa. Apesar da pandemia, a Academia trabalhou incansavelmente até concluir a nossa gestão e hoje comemora seus 58 anos de existência.