O presidente interino dos Correios, Heglehyschynton Valério Marçal, derrubou cinco gerentes da corregedoria da estatal numa canetada e esvaziou o órgão que tirou a empresa das páginas policiais nos últimos anos. Para além da surpresa, emendou com um desastre amoral: vai criar uma “comissão de anistia” para apoio a servidores reclamarem de suposta perseguição em processos administrativos. Curiosamente, ele foi citado internamente em apurações. Valério Marçal também exonerou um delegado federal que era chefe dos corregedores, que tinha mandato até 2025, e mudou regras de meritocracia para cargos de direção regional. Agora, esses cargos são de escolha da cúpula. Enquanto isso, o PT se digladia para emplacar o novo presidente da estatal. O grupo ligado a Gleisi Hoffmann quer o ex-deputado sindicalista Vicentinho (PT-SP) como presidente. Outra ala do partido investe no nome de um advogado paulista.
Desfile por 2026
Os governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Tarcísio Freitas (São Paulo) marcaram presença nas rodinhas do Fórum de Davos, além do ministro Fernando Haddad. O trio engrossou a lista de presidenciáveis do Brasil que desfilam na Suíça para conhecer, todos os anos, mega empresários que apostam em potenciais eleitos para o país. A comitiva brasileira virou a prévia da eleição de 2026.
(Izânio Façanha)
Itaipu é de Gleisi
O deputado federal Ênio Verri (PT), um soldado do grupo de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, será o diretor-geral da Usina Itaipu. Ele assume o mandato em fevereiro na Câmara e renuncia em seguida. Ênio foi chefe de gabinete de Bernardo quando ministro do Planejamento no 1º governo de Lula. E o PT não deixa os seus de lado.
Prêmio de consolo
A ministra Marina Silva, uma “lulista”, barrou a colega Izabella Teixeira, uma “dilmista”, na Autoridade do Clima a ser criada no bojo do Ministério do Meio Ambiente, que a primeira vai comandar. A ex-ministra Izabella não ficou na chuva, e ganhou um prêmio de consolo: vai ser nomeada para o conselho do BNDES.
Antes do crime
A segurança palaciana estava mais preocupada em fazer homenagens, pelo notório. O Palácio do Planalto concedeu o diploma Amigos da Guarda Presidencial (e de Jair Bolsonaro) a Alexandre Garcia, Nelson Piquet e outros 23 agraciados.
Golpe?
Rubinho Nunes, advogado e vereador de São Paulo pelo União Brasil, entrou com representação contra o governo Lula depois da tentativa do Planalto de institucionalizar a palavra “golpe” em referência ao impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Em artigo publicado sobre a nova gestão da EBC, o site oficial do Planalto começou a adotar o termo para se referir ao processo que apeou Dilma do cargo. O registro foi protocolado dia 18. A denúncia foi enviada à procuradoria criada pelo próprio governo para combater desinformação (fake news).
ESPLANADEIRA
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