O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um agrado concreto à Polícia Federal, ao contrário das promessas não cumpridas no seu governo, de olho no voto da força policial e de suas famílias. Soltou na quinta-feira passada (29) o Decreto 11.212, confirmando a nomeação de novos agentes. O texto não cita, mas serão nomeados 555 policiais da turma que se formou mês passado na Academia Nacional, cujos concursados foram aprovados em 2020, confirmou a assessoria à Coluna. A lei não permite nomeações durante período eleitoral, mas o governo driblou: argumenta que a nomeação é emergencial para atividades prioritárias a curto prazo, como mão de obra na alfândega de aeroportos, na segurança da posse presidencial em janeiro e para emissão de passaportes nas superintendências, diante da alta demanda.
Dupla derrota
A eleição de Damares Alves (Republicanos) para o Senado em Brasília é dupla derrota para o ex-governador José Roberto Arruda (PL). Ele teve a candidatura impugnada para deputado federal. Mas agora vê também a derrota de sua esposa, a deputada federal e ex-ministra Flávia Arruda (PL), que amargou o segundo lugar no DF. Arruda, considerado um coringa com bom espólio de votos em todas as eleições do DF desde que deixou o Governo, agora se revela só mais um nome na política na capital.
(Izanio Façanha)
PL ajuda?
Bolsonaro fez uma forte bancada federal na Câmara e no Senado. ‘Dono’ do PL, partido do presidente, Valdemar da Costa Neto conseguiu eleger a maior na Câmara, com 99 deputados. A dúvida é: isso vai se converter em votos para o presidente no 2º turno ou agora cada um vai cuidar de si - inclusive o cacique partidário?
Os ex em casa
Muita gente conhecida e poderosa de Brasília e São Paulo perdeu eleição. Rodrigo Rollemberg, Tadeu Filippelli, Agnelo Queiroz, ex-governadores, não se elegeram deputados. Em São Paulo, Eduardo Cunha – que migrou do Rio para a capital financeira do país – Joice Hasselmann (que caiu de 1 milhão de votos para 12 mil) e Luiz Miranda (que trocou Brasília pela terra da garoa) também ficarão em casa.
Energia do Brasil
O consumo de energia elétrica no Brasil se manteve estável na 1ª quinzena de setembro, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. O país demandou 65.090 megawatts médios. Apesar da estabilidade, a indústria e as grandes empresas consumiram 22.957 MW médios, 2,3% maior no comparativo anual e que corresponde a cerca de 35% de toda a energia utilizada pelos brasileiros. Já nas residências e pequenas empresas houve queda de 1,2% frente ao mesmo período de 2021.
Radiografia para 2023
O grupo político que governar o Brasil vai precisar buscar novamente a confiança do setor privado, recorrendo a um ajuste fiscal. Evaristo Pinheiro, sócio do escritório Barral Parente Pinheiro (BPP), afirma que o setor de infraestrutura é muito promissor, as condições são favoráveis nas energias naturais, a energia eólica já representa 11% da matriz, e a solar, menos de 2%. Outro setor que merece atenção é o de seguros: apenas 15% da população tem seguro de vida, 30% tem seguro para automóvel, 24% tem seguro de saúde e menos de 10% possui sistema de previdência privada.