Não, querido leitor. Não estou me referindo a um provável aportuguesamento da palavra CHAT. Na verdade, estou usando um substantivo neutro para não ter que revelar o gênero do meu objeto de escrita. Não “gosto” muito do pronome neutro, porque, para mim ele ainda é uma espécie de fetiche academicista da esquerda. Porém, pasmem, ele é ótimo para manter essa aura de mistério e segredo. É amigo? Amiga? Amigue? Amigx? Amig@? Outra coisa: isso aqui não é uma crítica ou nota de escárnio. Pelo contrário. E sabem o porquê? Porque somente um chato pode falar de outro, sabe? O lance do local de fala. Eu sou um chato. Logo, posso.
Amigue, você é chate. Demorei um certo tempo para te falar isso, mas tá aqui a revelação. Na verdade, geralmente, quase todo chate sabe que é um. Mas acho que sua ficha ainda não caiu, né?! Você é uma boa pessoa, ser chate não anula isso em você. Ser chate também não anula sua beleza. A partir disso, gostaria de te sugerir um exame de autoanálise: será que você está sozinhe devido a questões sociais mesmo? Ou porque você é apenas uma pessoa que se vitimiza o tempo todo? Aliás, uma pessoa com referências bem embasadas sobre a própria solidão.
Será que não se trata disso, às vezes?! Como chato que sou, sei o peso da chatice. Preciso me policiar o tempo todo para não ser o tal do “macho palestrinha” ou dar “textões” por aí.
Você tem potencial enorme para o amor. Sei disso porque tenho um feeling para compreender a atmosfera íntima dos outros. Mas tá complicado te acompanhar. Inclusive, evito. O tempo todo brave, chate, lacrative... Nada contra a lacração, porém lacrar por lacrar é blasé, amigue. Eu deveria falar isso tudo para você, mandar uma mensagem, um SMS, um áudio. Mas não tenho coragem, porque sei que você reagiria da pior forma possível. Além disso, tem o fato de estarmos um pouco afastados. Acredito, também, que você interpretaria como um ataque, porque eu interpretaria assim. Ah... ando tão abalado com o mundo e com todes. Ando abalado comigo mesmo.
Por fim, deixo isso aqui a quem “interessar possa” – além de você, amigue. Somos chates, mas somos boas pessoas. No fundo, é isso que importa. O resto é resto, opinião torta.