Demorei muito tempo para entender qual é a sua, querida. Estudiosa, boazinha, pacífica e amiga de todos. Antes, quando eu confundia passividade com pacificidade, te achava a minha heroína latino-americana da Sessão da Tarde. Torci tanto para você ficar tranquilo com Troy Bolton, mesmo percebendo que, naquela época, eu já odiava os duetos feitos por vocês.
Somente hoje eu percebo o porquê. Gabriella Montez, você é uma grande sonsa. Uma sonsa de marca maior: sempre pelos cantos com aquela carinha de pobre coitada; implorando pela piedade alheia sempre que possível. Sempre agradando tudo e todos só pelo fato de todos gostarem de pessoas boazinhas. Afinal, se compararmos uma folha de caderno cor-de-rosa ela terá vai carisma que você.
Sabe qual é o grande problema? É que quando você aprende a dizer não e fazer as coisas que se tem, realmente, vontade de fazer, você é taxado de arrogante e prepotente. Quando você delimita a influência dos outros em sua vida, você sempre será taxado egoísta. Mas, vocês, sonsos, estão aí a milhares de anos provando que devagar se vai ao longe. Os sonsos ocupam diversos espaços, estão em todos os lugares.
Por excelência, os sonsos não têm índole formada. São dúbios. Não sabemos se podemos confiar ou não. Na dúvida, eu não confio. Aliás, alguém é amigo de alguém que é amigo de todos, todas e todes?!
E vamos ser sinceros, Gabriella?! Você não merecia papel algum em apresentações musicais, porque, na vida real, as coisas só acontecem para quem se prepara, de verdade, para elas. Sharpay Evans merece os palcos; os sonsos, não. Tudo bem que ela não é perfeita, mas alguém é?! Sabe, Gabriella, eu aceito o fato de você ser uma grande chata. Agora, dar uma de sonsa, donzela indefesa, para agradar um garoto com um corte de cabelo duvidoso e conseguir suprir sua falta de carisma agradando tudo e todos, já é um pouco demais. Sharpay, você sempre será famosa.