AREIA MOVEDIÇA - A máquina da Governança Solidária fez mais uma vítima. O atropelado desta feita foi o cantor e compositor Tino Gomes. Em Alto Belo, comentou com o deputado Humberto Souto e o ator Jackson Antunes – e não pediu segredos - que está indignado com o prefeito Athos Avelino. Lembrou que, por ter sido personagem de campanha do ex-candidato Jairo Ataíde, não tem sido escalado para nenhum evento oficial, nem mesmo nas Festas de Agosto, com as quais sempre foi ligado umbilicalmente. Em tom de desabafo, disse inclusive que a prefeitura – que para os que não rezam em sua cartilha é um campo movediço - pode até mesmo ficar com a música que compôs para a cidade, “Montes Claros Montesclareou”, carro-chefe do Coral Universitário da Unimontes.
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NA GELADEIRA – Quem resume em poucas palavras a figura de Tino Gomes é outra de nossas jóias raras, Georgino Júnior: “Um cantor e compositor que, com certeza, a história da música popular brasileira ainda fará justiça”. De modo que não o incluir na programação de agosto é o fim da picada. Georgino lembra, ainda, que a despeito de ser uma figura de projeção nacional, já flagrou Tino participando da amarração sonora das caixas e na afinação dos instrumentos dos componentes dos Ternos do Divino Espírito Santo, de São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário. Trocando em miúdos, mesmo tendo sido colocado na geladeira pelo senhor prefeito, ninguém ousa lhe roubar a majestade.
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POEIRA NAS ESCADAS - Na semana passada, no momento em que dirigentes sindicais encetavam protesto contra Athos Avelino e seu procurador agredia fotógrafo de , sem espaço nas janelas para assistir ao triste espetáculo, detentores de cargos de confiança ocuparam as escadas para compor a retaguarda da Governança Solidária. Para agradar mais ao chefe e ajudar a tirar a poeira que se acumula dia-a-dia no palácio municipal, poderiam imitar os políticos baianos, que – pelo menos uma vez ao ano – vestem a túnica franciscana e lavam as escadarias da Igreja Nosso Senhor do Bonfim e, assim, pagam pelo menos uma pequena porção de seus pecados.
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MATUTO – “Faço parte de um veículo virtual, mas sou um ser absolutamente real”. A frase, do ator Jackson Antunes, é uma lição de humildade que deve ser bem compreendida, sobretudo, pela nova safra de artistas da terra. Em Alto Belo, além de soltar a voz, lavou a alma. De um universo de estrelas de brilho incontestável, é no distrito de Bocaiúva que encontra sua outra porção, a do matuto que foi um dia e que, se depender de seu coração, sempre o será.
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CARNE DE PRIMEIRA – No almoço oferecido pela Amams após a reeleição do presidente Valmir Morais, no Chimarrão, Athos Avelino pôde sentir na epiderme que faz um governo impopular e que, muito menos, é uma liderança regional. Praticamente o tempo inteiro só recebeu a atenção de sua vizinha de travesseiro, Dona Vera. Isso, em que pese estar no recinto outros 49 prefeitos e mais de uma centena de lideranças regionais que, via 0800, voltaram para suas plagas com uma certeza: o prefeito anfitrião pode não ser bom, mas a carne da cidade continua sendo de primeira.
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BOA RECEITA – Em visita a Taiobeiras, ficamos impressionados com o ritmo imposto pelo prefeito Dermeval Germano, do PFL. É tão descentralizador que reafirma – o tempo inteiro – que cada um de seus secretários é também prefeito. A fórmula é muito simples: tem adotado para administrar a coisa pública a mesma receita que o tornou o segundo maior produtor de café da região. Perde apenas para o seu sogro, líder isolado na produção do grão.
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COM SEDE - Recentemente ocorreu um fato curioso em Montes Claros: faltou água no quartel general da Copasa, no antigo prédio da Minascaixa, em plena rua Dr. Santos. Nem a qualidade incontestável de seu líquido precioso, que faz da empresa uma das mais respeitadas do governo de Minas, tornou exceção a regra segundo a qual em casa de ferreiro espeto é de pau.
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Nossa lente captou o último suspiro da primeira morada de Capitão Enéas Mineiro de Souza, edificada no tempo em que o município que leva o seu nome não passava de um simples distrito de Brejo das Almas, batizado mais tarde como Francisco Sá. Aliás, a façanha política do Capitão jamais será batida: foi prefeito de Montes Claros, Francisco Sá e Capitão Enéas. Na cidade em que praticamente fundou, emplacou ainda mais duas gerações de prefeitos, seu filho Pedro e o neto Jorge. Atualmente, o município, que tem as melhores terras da região, conta com 14.134 habitantes e sua economia é alavancada – sobretudo - pela Rima Industrial, Eletrosilex, Serf Florestal e Cavan Moldado S/A.