ESTUDO POLÊMICO DIZ QUE PIRATARIA DE SOFTWARE FAVORECE WINDOWS
A pirataria de software, ao contrário do que pensa o senso comum, pode ajudar a Microsoft em sua batalha contra o Linux.
Essa é uma das conclusões de um estudo polêmico de dois pesquisadores da Harvard Business School, dos Estados Unidos.
O texto acadêmico (Dynamic Mixed Duopoly: A Model Motivated by Linux vs. Windows) foi escrito pelo professor assistente Ramon Casadesus-Masanell e pelo professor Pankaj Ghemawat e publicado em uma edição especial da revista Management Science.
Os dois basearam seus estudos em modelos econômicos simplificados para recriar a dinâmica de competição entre o Windows e o Linux, no qual o Windows tem participação de mercado e lucratividade de seu lado, enquanto o Linux beneficia-se de um ciclo de desenvolvimento mais rápido e de um custo mais baixo.
Casadesus-Masanell e Ghemawat, para surpresa deles mesmos, descobriram que as vantagens do Linux sozinhas não significam que com isso ele vai superar o Windows, que se beneficia inicialmente de seu poder dominante de mercado.
Um fato que poderia ajudar o Linux a ganhar espaço são os “compradores estratégicos” - grandes empresas e governos, que se sentem mais confortáveis em ter acesso ao código fonte.
“Esta deve ser uma das razões porque a Microsoft está fornecendo acesso ao código fonte do Windows para os governos”, disseram os pesquisadores.
Outra surpresa, segundo os pesquisadores da Harvard Business School, é que a pirataria do Windows pode, na verdade, ajudar a Microsoft. Isso porque quanto mais pessoas usam o software, maior é o efeito rede, o que torna o Windows mais valioso e permite que a Microsoft cobre mais por ele.
O estudo diz também que a pirataria do Windows ajuda a reduzir o entusiasmo pelo Linux. “Descobrimos que em países onde a pirataria é alta, o Linux tem as taxas mais baixas de penetração”, disseram Casadesus-Masanell e Ghemawat.
A terceira descoberta dos estudiosos é que o Linux não significa, necessariamente (apesar de um efeito positivo), em um bem-estar social melhor do que o Windows.
“Com o monopólio, os esforços para desenvolver um novo software e melhorar uma plataforma são direcionados para um único sistema e isso pode ser melhor em uma perspectiva de bem-estar social”, escreveram os pesquisadores.
Os dois pesquisadores admitem que o modelo econômico que construíram para estudar os impactos do Windows e do Linux é bastante simplificado e pode não refletir fatores importantes que existem no mundo real.
Leia detalhes da pesquisa em entrevista dos dois pesquisadores no endereço (em inglês): http://hbswk.hbs.edu/item/4834.html - IDG
..............................
FRANÇA PLANEJA CONSTRUIR CENTRO DE EXCELÊNCIA EM SOFTWARE LIVRE
O governo francês planeja transformar a região próxima a Paris em um centro de excelência para o desenvolvimento de software de código aberto, anunciou o ministro da Economia, Finanças e Indústria, Thierry Breton.
O objetivo do centro de excelência, de acordo com o ministro, é desenvolver uma indústria de software livre saudável e lucrativa.
Breton, que já foi o principal executivo da France Telecom S.A., disse que um novo modelo econômico e tecnológico, baseado no software livre, está se formando na indústria de tecnologia.
O ministro acredita que a venda de software e outros intangíveis vão ajudar a economia francesa a crescer entre 3% e 4% anualmente.
A economia francesa, baseada na venda de bens tangíveis, tais como computadores, está crescendo por volta de 10% anualmente, segundo dados da Organization for Economic Co-operation and Development. - IDG