Agora, não me perguntem para fazer o que e nem como! Até porque nem saberia mesmo dizer. Mas o certo é que quero ir.
Talvez porque esteja cansado de tanto ficar olhando daqui de baixo e vendo algumas manchas nela que me parecem às vezes serem cabelos encaracolados esparramados sobre seu rosto adormecido sobre um travesseiro.
Pode ser também pela vontade de matar o desejo de me esparramar no seu mar de tranqüilidade e sentir o calor do carinho de suas cinzas que dizem cobrir sua superfície depois de uma noite inteira de amor.
Não seria talvez pela vontade de conquistá-la e depois poder dizer, eu tenho a Lua? Não sei!
Fico imaginando poder desvendar seus mistérios, percorrer suas montanhas e grutas, vales e cascatas, e deixá-la despudoradamente nua para mim e meus sonhos.
Eu quero ir para a Lua!
Ela não sabe a vontade que tenho de sentir bem de perto seu reflexo da luz do sol com toda sua mansidão e delírio dos apaixonados.
Não me importa que ande por lá um tal de São Jorge montado em seu cavalo branco matando um dragão, porque esse é um problema dele! Aliás, faz tanto tempo que ele anda tentando e ainda não conseguiu, que talvez até lhe desse uma mãozinha só para que depois ele fosse embora e me deixasse só com ela até que o sol chegasse de novo e me deixasse vê-la despertando, esfregando os olhos e preguiçosamente me dissesse: “Bom dia, meu querido!”
Já imaginaram uma cena assim?
Podem apostar de que não sentiria o mínimo remorso de perder o próximo, depois outro e mais outros ônibus de volta a Terra!
Ora... Tenho certeza de que você que agora está nos lendo, também vai dizer bem baixinho...
Eu também quero ir para a Lua!
Epaaa! Pode parar, porque esta já é minha!