*Manoel Hygino
Minas Gerais é o segundo estado brasileiro em termos de população, como informou o IBGE, há poucos dias. É um dado importante a se avaliar agora que a campanha política caminha para a reta final.
São Paulo e Minas podem decidir o pleito deste ano, muito distante da famigerada eleição a bico de pena que conduzia aos mais altos cargos executivos não exatamente os candidatos de preferência do eleitor. Agora, a urna é eletrônica, possibilita maior segurança nos resultados, embora a efetiva confiança no novo instrumento de registrar votos já receba suspeições. Não é assim praticamente tudo no país? Não é o caso do avião que matou um candidato a presidente da República, e cujos voos são objeto de dúvidas quanto ao patrocínio de sua utilização em viagens, inclusive a fatal?
São Paulo com 44 milhões e Minas Gerais com 20,7 milhões são os Estados mais populosos, neste país, que passou dos 200 milhões de habitantes, que exigem muito mais de seus administradores. As pessoas dão votos, mas querem retribuições capazes de atender às suas demandas e reivindicações. Teremos quatro anos de governo federal e estaduais, e a escolha é séria, mais do que festiva.
Com quase 2 milhões e 500 mil habitantes, Belo Horizonte é a sexta capital em população. À guisa de comentário, poder-se-ia observar que o município de Serra da Saudade, como 822 habitantes, na região Central de Minas, é o de menor contingente populacional do Brasil, embora numericamente não longe de Cedro do Abaeté, Grupiara e Doresópolis.
Para se ter ideia mais aproximada, bastaria lembrar que só a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte tem 1.085 leitos para seus internados: um hospital maior, pois, do que algumas cidades mineiras e de outras no país.
Uma cidade de enfermos, que exigem cuidados especiais, assistência permanente de médicos e funcionários, além de contar com equipamentos de que outros estabelecimentos não dispõem.
As megalópoles que se formam no Brasil são um desafio imenso para executivos e técnicos. Os problemas vêm de longe no tempo, e há necessidade de apreciáveis recursos financeiros pra resolvê-los. No decorrer de décadas e décadas, os desamparados moradores do interior acharam que, para melhor viver e para mais oportunidades para si e os filhos, teriam de transferir-se para as cidades de maior porte. Os resultados negativos estão aí.
Semelhantemente, aconteceu com a saúde, nem poderia ser de outro modo. Os segmentos procedentes de centenas de municípios trouxeram para cá seus problemas: da saúde, da educação e da formação profissional. Sem falar no habitacional.
Serra da Saudade é um lugar amorável e tranquilo, nem sei se tem posto bancário ou caixa eletrônico para despertar a cobiça dos bandidos. Muitos pequenos burgos se tornaram alvo dos marginais, importantes e experimentados nas estradas do crime.
Mas a Santa Casa é uma cidade que não tem sequer segurança oficial, embora atenda marginais em determinadas patologias. Se espanta conhecer o seu número de leitos, mais espantará saber-se que ela tem mais de 5 mil empregados para dar conta de suas obrigações. Precisa de especiais atenção e amparo do poder público, a que subsidia na delicada área de saúde.
