Cidade enfrenta ataques de escorpiões

Jornal O Norte
15/09/2005 às 10:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:51

Cinara Dreide


Repórter


dreide@onorte.net

No hospital Universitário Clemente Farias, de Montes Claros, já foram atendidas mais de mil pessoas atacadas por escorpiões só neste ano. Em relação ao ano passado o número aumentou muito, segundo informações do HU. Os acidentes por picada de escorpião são menos notificados que os de cobras. Sua gravidade está relacionada à proporção entre quantidade de veneno injetado e a massa corporal do indivíduo picado.

As principais espécies do gênero Tityus responsáveis por acidentes são: T. serrulatus (escorpião amarelo), T. bahiensis (escorpião marrom), T. cambridgei (escorpião preto), T. costatus, T. fasciolatus, T. metuendus, T. silvestris e T. stigmurus (escorpiões).

A época de calor e de chuva é a mais propícia para a ocorrência dos acidentes, pois é quando os animais peçonhentos estão em maior atividade. Coincide com o período de plantio e colheita agrícola e com a ocorrência de enchentes e inundações na periferia das grandes cidades. Os meses de dezembro a março concentram a grande maioria dos casos, enquanto que no inverno o número de acidentes diminui bastante.

O QUE FAZER

Ariane Mendes Soares, 21 anos, foi picada por um escorpião e teve que ficar em observação por 24 horas. O clínico geral, Walter Cardoso orienta que toda pessoa agredida por escorpiões deve ser encaminhada ao pronto-socorro e se possível levar o escorpião para identificação.

- Lembre-se: um atendimento rápido para acidentes com qualquer animal peçonhento pode significar a diferença entre a vida e a morte. Auto-medicação pode ser fatal e não deve ser realizada. Procure sempre um médico e o pronto-socorro mais próximo - diz o clínico geral.

Os funcionários do CZ - Centro de Zoonoses alerta sobre os esconderijos dos escorpiões:

- Eles vivem sob pedras, madeiras, troncos podres, alguns se enterram no solo úmido da mata, outros na areia do deserto, outros ainda vivem em bromélias, que crescem no chão ou mesmo a grandes alturas nas árvores. Outros dão preferência às proximidades das residências onde se escondem no entulho, em madeiras empilhadas; é freqüente aparecerem junto às linhas de trem, escondendo-se sob lajes dos túmulos, nos cemitérios - diz Álvaro Freitas.

 As espécies de cor amarela, comuns em Minas Gerais são mais venenosas do que as de cor marrom.  Acidentes com escorpiões são menos freqüentes do que os com cobras, pois eles são pouco agressivos e têm hábitos noturnos.

-  O seu veneno é potente, ataca o sistema nervoso (neuro-tóxico) e pode matar nas primeiras 24 horas, principalmente se a vítima for uma criança - relata Walter.

Os sintomas são: dores fortes, baixa rápida da temperatura do corpo, suor intenso, aumento da pressão, enjôo e vômitos.

COMO AGIR

Manter a vítima em repouso e calma; lavar o local da picada com água e sabão; não fazer torniquete no membro acidentado; aplicar compressas frias nas primeiras horas; aplicar respiração artificial, se a vítima não estiver respirando bem; e encaminhar a vítima ao posto de saúde ou hospital.

PREVENÇÃO

Limpar periodicamente os terrenos baldios, próximos às residências; evitar o acúmulo de entulho, pilhas de tijolos, madeiras; não deixar lixo descoberto, procurar enterrá-lo ou ensacá-lo. Cuidar do jardim, aparando a grama, evitando trepadeiras e folhagens muito densas junto às casas. Vedar as soleiras das portas e fechar as janelas, se possível com tela, antes do anoitecer. Limpar a casa periodicamente, fazendo uma limpeza cuidadosa atrás dos móveis, quadros, etc. Principalmente em zonas rurais sacudir as roupas e calçados antes de usá-los. Não virar paus, pedras, ou enfiar as mãos desprotegidas em buracos. Andar calçado e usar luvas de raspa de couro para trabalhar em zona rural, ou dependendo do serviço (limpeza de jardim, remoção de madeira, entulho, etc).

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