Felippe Prates

Há muitos anos que o inigualável comediante Chico Anysio se encontra na geladeira da TV Globo.  Isso nos atinge e prejudica a todos nós espectadores, que nos privamos do humor diferenciado, de alta qualidade, proporcionado pelo extraordinário artista.  Criador de mais de trezentos tipos diferentes o renomado autor, poeta, ator de novelas, escritor, compositor e cronista, se falasse Inglês e morasse nos Estados Unidos, pelo seu talento incomum certamente seria muito mais  famoso que Charles Chaplin e possuidor de grande fortuna.

A verdade é que o afastamento de Chico Anysio da grade de programação da Globo, nada mais é do que uma vingança vil conseqüente à defesa que, naturalmente, fez do seu filho Bruno Mazzeo, do elenco da emissora, quando relegado a um segundo plano por ter se negado a se relacionar homossexualmente com um conhecido diretor de novelas. Ao comprar a briga do filho Bruno, Chico Anysio, que gosta muito de mulher, se queimou na Globo.  Pressionada pela mídia, recentemente lhe deram o papel de “Namit”, em “Caminho das Índias”.  Mas, coisa feia, seu nome não apareceu nos créditos da novela...

Um grande jornalista, nosso particular amigo, colega de trabalho na Vale que, na sua brilhante carreira ocupou, inclusive, o cargo de diretor geral do jornalismo da Globo, nos revelou, certa vez, que o Núcleo de Telenovelas da emissora, corpo técnico e artistas, é dominado pelos “gays”.  Segundo ele, Tarcisio Meira e Toni Ramos, se encontram entre os poucos que escapam.

cardíaco, gravemente doente, perto de morrer, a TV Globo lhe concedeu agora esta “unção de enfermos”, um especial de fim de ano, quando Chico reviverá vários dos seus velhos, notáveis e eternos personagens.  Pessoalmente, torcemos para que o craque de futebol vesgo, o “Coalhada”, (pique-pique no lugar!), esteja entre eles...

Com a dignidade que Deus lhe deu, emboramente no ostracismo, Chico quase não aceita o convite.  Só concordou pela insistência do portador, seu especial e queridíssimo amigo Manoel Martins, diretor geral de entretenimento da Rede Globo.  Mesmo assim, ainda achou isso uma meia-esmola...

Este é o pensamento de Chico Anysio:  “Me proibiram, e consta de meu contrato de trabalho, dar palpite de qualquer natureza sobre o que a emissora apresente.  Certo ou errado.  Eu sou global, adoro a Globo.  Quando eu fui para lá, a Globo era a quarta colocada na audiência.  Vou morrer na Globo.  Dinheiro, para mim, é uma preocupação, porque tenho seis divórcios e divórcio é uma coisa muito cara.  No humor, não vai haver outro Oscarito, Mussum ou Zacharias.  Então, não adianta procurar um novo Chico Anysio, porque não existe outro.  Nada hoje me faz rir.  Eu não tenho que rir, tenho que fazer as pessoas rirem.  Não sou eu quem tem que achar graça.  É você que tem.”

Denunciamos a TV Globo pela criminosa arbitrariedade que tem vitimado Chico Anysio, um gênio, propriedade do povo brasileiro, dos seus admiradores, pessoas de bom gosto, profundamente indignadas, amplamente revoltadas, porque lesadas.  Não vemos, pois não existe, qualquer lampejo de dignidade, qualquer merecimento na homenagem “ante-mortem”, desse especial de fim de ano, um prêmio de consolação para quem nos últimos 40 anos, com a sua juventude, o melhor dos seus esforços e muito talento ajudou a erguer a TV-Globo, alçando-a ao cume do Everest, sem concorrentes à altura.

Na nossa opinião, os espaços ocupados pelos fraquíssimos “Zorra Total” ou o intragável “Programa do Didi”, deveriam ser substituídos por um novo “Chico City”, com uma hora ou mais de duração, um palco para que o nosso Chico pudesse esbanjar o seu talento.

De onde se conclui, que a TV Globo não merece contar com um gênio no seu elenco.

Afinal, quem nasceu para Didi-Mocó, jamais chegará a um Chico Anysio.

Falem-nos: felippeprates@ig.com.br

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