Ronilson Gervásio *
E aí, América, o beijo vai ao ar! Entre referendo e CPIs, soldados humanos pedindo esmolas, sem cidadania, de uma nação que vota armada nas indústrias da ignorância, da doença, do desemprego, da miséria! O Brasil ainda tão júnior, carente de referenciais positivos, de consciência digna, de ser livre de tantas mazelas e mentiras, da corrupção tão normal, que violenta nossos dias.
América! E o nosso Brasil, sem fronteiras da auto-estima, na solidão aftosa, sem exportação, prevenindo dos vírus aviários da importação do capital brutal externo, na prática dos subsídios anglo-saxônicos, violados pelas leis do comércio. Olá, Zeca Tatu! Estamos peãozados dos direitos, nos inclassificáveis pelos the peoples de altos gabaritos! Cantamos nas paradas, como a um Geraldo Vandré, porque ainda falamos das flores, em plena ditadura da democracia, que assassina pobres, negros, mulheres, índios, gays e tantos excluídos! Nossa Senhora Aparecida!
De um povo miscigenado entre reencarnações, de pseudo-beatas, machos e pervertidas, nas carreiras de mensagens do além, fazendas de um admirável boi bandido! Eu sou da América do Sul, nessa novela do Ibope do mundo! Plim, plim de infindáveis capítulos, num romance dramático, nessas rodovias inseguras, nos rios que secam, antes das transposições, pelas extintas matas ribeirinhas!
Diante de tantos terremotos nesse coração brasileiro, ainda resistimos a opressões, num olhar, numa voz e, quem sabe, num beijo que possa aliviar efemeramente nossos desejos!
* poeta e pesquisador