Fuzis de uso exclusivo das forças armadas, munição de grosso calibre, placas de veículos adulteradas, entre outros artefatos, foram apreendidos pela polícia durante a mega operação realizada nesta semana, em Montes Claros.
A notícia de que o comando criminoso possa estar partindo de um presídio do Paraná, alem de envolvimento de bandidos de outros estados na onda de violência que vem assolando a região e, especialmente, Montes Claros, deixa claro que a criminalidade está mais globalizada do que nunca e já não é mais possível falar em cidades tranquilas do interior.
Bater papo com os amigos na esquina ou no barzinho, ir à mercearia do outro lado da rua para comprar pipoca, a saída da escola, a própria escola, são hábitos da rotina de qualquer cidadão que em Montes Claros estão se tornando um risco. Somente nesse ano já foram registrados 52 assassinatos na cidade, uma média de 2,3 homicídios por semana, alguns deles, inclusive, supostamente por engano, quando a vítima é confundida com o jurado de morte.
A violência em Montes Claros chegou a ser manchete em noticiários nacionais, chamando atenção de todo o país.
A força-tarefa que reuniu as polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária além do Ministério Público e Poder Judiciário nesta semana deixa claro que a investida da polícia pode, sim, manter o controle da violência. Prova disso é que durante a ação da força-tarefa nenhum outro assassinato foi registrado na cidade. Uma semana antes, o chegou a sete assassinatos em menos de 48 horas, três deles numa só manhã e no mesmo bairro.
A população teme a violência e confia na polícia para protegê-la. Por isso tem colaborado, através do disque-denúncia, na elucidação de vários casos, e na formação de redes de proteção, facilitando o trabalho da polícia nos bairros e contribuindo para a própria segurança.
Criminalidade e violência são uma realidade mundial e não é de um dia para outro que se restaurará a paz. Mas medidas de proteção imediata, como a força-tarefa desta semana, precisavam ser tomadas para conter a investida bárbara dos criminosos. Que o pulso se mantenha firme.
Jerúsia Arruda
Editora-chefe