Cinara Dreide
Repórter
dreide@onorte.net
A necessidade de algumas pessoas de pertencer a um determinado grupo é muito grande e, na juventude esse desejo é ainda maior. O uso do piercings e tatuagens são muito comuns por parte desses grupos.
Atualmente há um questionamento muito grande por parte dos pais sobre o que fazer quando um filho quer colocar esses acessórios. Para se ter uma idéia, em São Paulo há uma lei estadual nº 9.828 que diz: é proibida a realização em menores de idade, de procedimentos inerentes à pratica da tatuagem e piercing, em estabelecimentos, por profissionais de saúde, ou ainda, por qualquer pessoa.
Mas, mesmo com essa proibição, muitos estúdios realizam aplicações em menores com a autorização de um adulto maior, e que nem sempre é o responsável. Muitos dos adolescentes são influenciados ou incentivados pelos amigos a fazerem a tatuagem.
Cléber Ribeiro Souza, acadêmico, 27 anos diz que alguns dos seus sonhos foram prejudicados por causa da tatuagem do seu braço.
- Sempre tive vontade de servir o exército e fui dispensado por causa da tatuagem, além das várias oportunidades de emprego que perdi – afirma o acadêmico.
A dissolução das uniões oficiais está diretamente associada ao comportamento da sociedade moderna. Recentemente, casos como o do casamento do jogador Ronaldinho – que fez uma tatuagem junto ao pulso em homenagem a modelo Daniela Cicarelli – acirraram a polêmica sobre a banalização da importância de uma das mais tradicionais e antigas instituições da humanidade.
Piercing e tatuagens podem prejudicar na hora de conseguir um emprego
(Foto: divulgação)
- Os artistas que estão na mídia têm um poder de influência muito grande sobre o seu público. Ao se inserir em um determinado grupo, o adolescente sente a necessidade de ser igual aos outros membros e, essa é uma das formas que encontra para ser aceito pelos demais. Falo isso porque foi assim que aconteceu comigo – diz Cléber.
Assim como a paixão, o amor leva as pessoas a marcarem seus corpos com as iniciais do nome da pessoa desejada, mas por ser efêmero como todo sentimento, logo se desfaz.
- É como se o casamento fosse um experimento, isso tem a ver com o que o mundo prega, onde tudo é descartável. Se as pessoas se juntarem e depois quiserem se separar é mais fácil. Na verdade, esse pensamento é um grande engodo porque as relações sólidas verdadeiras, acabam se deteriorando – diz a secretária Débora Rita de Guimarães.
A separação do famoso casal reacendeu a polêmica sobre a difícil superação de conflitos de relacionamentos relâmpago. No entanto, diferenças de personalidades verificadas em casais poderiam ser eliminadas a partir do diálogo e da cumplicidade.
O tempo de entrosamento e de namoro é fundamental para que as pessoas aprendam a lidar com as diferenças do outro. Mas, como hoje em dia o que se prega é que se faça tudo muito rápido, com a preparação para o casamento é igual.
Então as pessoas não se conhecem, só pensam que se conhecem. É o que acontece com um casamento de três meses.
- Se vivi algo de bom, isso deixará uma marca dentro de mim, com muito mais força que uma tatuagem no meu corpo, que poderei tirar depois imaginando que estarei afastando aquela lembrança da minha vida – diz Carla Beatriz Gomes, que possui uma tatuagem com as iniciais do ex-namorado.
Para a psicóloga, Ludmila Ferreira, a paixão pode ser apontada como responsável por aventuras. Segundo ela, é importante observar o comportamento dos filhos. Em alguns casos eles querem apenas enfrentar os pais, mesmo que seja por meio de um desentendimento, ou podem estar pedindo para serem disciplinados.
- Existem momentos em que é preciso mostrar aos jovens que eles ainda não têm poder de decisão sobre suas vidas. Enquanto eles são menores de idade, os responsáveis devem fazer uso de sua autoridade – finaliza a psicóloga.