As várias formas de ser mãe

Jornal O Norte
Publicado em 12/05/2008 às 10:38.Atualizado em 15/11/2021 às 07:32.

Paula Machado


Repórter



Dia das Mães tem a sua origem no princípio do século XX, quando uma jovem americana, Anna Jarvis, perdeu sua mãe e entrou em completa depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a idéia de perpetuar a memória da mãe de Annie com uma festa. Annie quis que a homenagem fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas. Nos Estados Unidos, em 1944 o presidente Woodrow Wilson  oficializou a data para o dia 9 de Maio. No Brasil, o Dia das Mães é celebrado no segundo domingo de Maio, conforme decreto assinado em 1932 pelo presidente Getúlio Vargas. Nesse dia, as famílias se reunem para poder agradecer ao amor e carinho que as mães dedicaram aos seus filhos. E o jornal O NORTE presta uma homenagem à todas as mães do Brasil; a essas mulheres que geram, criam, alimentam e apóiam seus filhos, a todas aquelas que tomam esse exemplo superlativo de doação como modo de vida. E justamente para parabenizar todas as mães guerreiras e batalhadoras que fizeram de tudo para poder criar seus filhos, garantir uma boa educação e qualidade de vida a eles, mostramos o exemplo de Maria José Durães Leite, mais conhecida pelos amigos e familiares como mãe Zezé. Essa super mãe!



A LUTA DIÁRIA DE UMA MÃE



Nascida em Claro das Poções onde morava com os pais, foi onde também conheceu seu futuro marido Agostinho Leite, dona Zezé conta como foi sua vida. Sua história nessa cidade onde viveu grande parte de sua existência. De acordo com dona Zezé os namoros não eram permitidos naquela época. As moças conheciam os rapazes e casava-se com eles.



- Antigamente não existiam namoros, nem abraços e beijos. Você tinha que se casar. Hoje as pessoas já têm liberdade nas relações. Existem várias etapas antes do casamento. Inclusive o namoro -afirma dona Zezé.



Naquela época os pais eram muito conservadores e preocupados com a honra de suas filhas. Havia normas e regras que as moças deviam seguir e a cima de tudo obedecer aos seus pais.  Mas isso não impediu que ela pudesse conhecer seu futuro esposo Agostinho Leite, por quem se apaixonou e teve seus dez filhos.



- Conheci o Agostinho através de uma tia que tinha se casado com o irmão dele. Nós nos conhecemos, fomos gostando um do outro e então nos casamos e tivemos dez filhos que amo muito - explica Zezé.



Dona Zezé e seu marido trabalhavam juntos para garantir o sustento da família e para garantir aos seus filhos uma vida melhor. Viveram juntos durante quase quarenta anos. Mudaram - se para Montes Claros, vieram de caminhão e foram morar no Bairro Maracanã. Mantinham-se bem, até que o marido faleceu. Depois disso, ela passou a trabalhar mais e teve que criar sozinha seus filhos. Além de trabalhar em uma escola, passou também a lavar roupas para fora. Mudaram-se então para o Bairro Cyro dos anjos onde dona Zezé mora até hoje.



- Agostinho era um rapaz muito bonito. Era claro e tinha os olhos verdes, com o corpo bonito. Eu tinha ciúmes dele. As Moças ficavam de olho nele. Ele era “fogo” conta aos risos dona Zezé.



Naquela década a mulher não tinha muita liberdade. Segundo ela, só se podia ter certa liberdade depois que se casava. Visto que hoje os conceitos e a situação já são diferentes. A mulher já tem essa capacidade de escolher o rumo que deseja traçar sua vida, tem o poder de escolhas, a liberdade de definir gostos e sentimentos. Há ainda um movimento significativo para a história e a cultura que foi a inclusão da mulher no mercado de trabalho.



Zezé deixa uma dica para as mães de primeira viagem. Ressalta que é preciso construir uma relação saudável com os filhos e a família em geral, ter paciência e muito carinho para com as pessoas queridas. Relata que seus filhos não davam muito trabalho, só seu filho José Geraldo que aprontava mais. Entretanto ressalta que todos são bons filhos.



- Todos os meus filhos são apaixonados por mim, são muito bons para mim. E eu amo todos - sou apaixonada por todos fala emocionada.



A relação de dona Zezé com seus filhos e com a família é saudável e muito bonita. Ela nunca teve problemas com ninguém e como revelou a nós em entrevista, também adora as suas noras. Para ela não existe essa história de sogras e noras viverem num “pé” de guerra.



Mesmo com a idade dona Zezé é super ativa. Cozinha, passa e lava roupas e arruma a casa. É uma mulher guerreira com um espírito muito jovem que encanta e emociona as pessoas com sua bonita história de luta e vitória. (PM)

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por