As novas tecnologias e a escola

Jornal O Norte
Publicado em 17/09/2010 às 11:05.Atualizado em 15/11/2021 às 06:39.

Jeny Canela Perosso


Pedagoga e articulista



As novas tecnologias trazem inúmeras outras possibilidades de aquisição e produção do conhecimento e são, portanto, imprescindíveis no propósito de melhoria da educação sobretudo e mais especificamente pelo fato de sinalizarem caminhos que favorecem a escola trabalhar numa perspectiva verdadeiramente transformadora. Sugerindo, dentre outros aspectos, a necessidade posta de se romper com a cultura do individualismo e da fragmentação num incentivo a capacidade de aprender a aprender e de aprender a ensinar. É preciso destacar que as novas tecnologias, algumas nem tão novas assim, podem contribuir também para o rompimento de limites de paradigmas não mais condizentes com as exigências da sociedade e da educação contemporâneas, na medida em que trazem perspectivas mais aparentes de melhoria do convívio e de melhor aceitação das diferenças.



Podem contribuir, portanto, para maior humanização dos espaços e tempos escolares, bem como dos conteudos e principalmente das relações interpessoais. Garantindo possibilidades de se criar e priorizar climas de respeitabilidade recíproca onde o professor possa, sem perder a sua autoridade pedagógica, reconhecer e valorizar  a intimidade maior que, muitas vezes, o aluno tem com os recursos tecnológicos num aparente paradoxo que é perfeitamente compreensível e que pode efetivar-se como possibilidade de o professor estabelecer uma relação de afetividade maior com os alunos e reconhecer-se na condição essencial de mediador do processo. Valorizando assim, a interatividade e o sentido de co-responsabilidade, condições básicas no processo de ensino aprendizagem e para que a escola possa constituir-se em um espaço ainda mais vivo, alegre e conectado com a efervescência da vida.



Ressalta-se, nesse sentido, como questão importante em quaisquer reflexões acerca do papel das novas tecnologias na escola, a imprescindibilidade da função do professor no seu papel absolutamente insubstituível de mediador da reflexão, do debate vivo, da emoção, enfim das relações humanas mais respeitosas. De onde emergem todas as possibilidades de se concretizar o protagonismo na construção do conhecimento e justifica, ao mesmo tempo, o fato inconteste de que nenhuma tecnologia poderia nem pode substituir o professor que tem a grande responsabilidade de provocar o pensamento, instigar perguntas e garantir aos alunos o direito de aprenderem e serem felizes. Papel este que garante a intencionalidade ao priorizar objetivos educacionais que realçam a importância de se levar em consideração a vivencia e o conhecimento prévio dos alunos na definição  execução dos mesmos.



É preciso ressaltar, portanto, o fato de que as novas tecnologias não têm o papel de substituir o professor nem tão pouco os recursos didáticos já utilizados, na medida em que são instrumentos somatórios que precisam ser, aos poucos, incorporados às práticas e aos currículos de maneira a favorecer nova perspectivas de ensino e aprendizagem efetuando maior significado prático aos conteúdos. Considerando a importância das novas tecnologias na escola, faz-se necessário respeitar e compreender a resistência que há, por parte de alguns professores em relação as mesmas gerando dificuldades de adaptação e aceitação e que aos poucos, e com paciência e tolerância pode ser superada e revertida a favor da própria prática.



Um outro aspecto importante concernente as novas tecnologias na escola  refere-se ao fato de que podem desempenhar um papel decisivo para reascender o movimento dialético do processo de ensino aprendizagem que favorece a transformação e a melhoria.

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