Luiz Carlos Amorim
Escritor e editor
lc.amorim@ig.com.br
Gosto de árvores. Como eu já disse em um poema, gosto de coisas simples: de um sorriso de criança, de um rio de águas claras, de flores, campos e praças. Gosto de natureza, simplicidade, pureza, de terra, mar e de sol. E gosto muito de árvores. Gosto delas na primavera, no inverno, no verão e ate no outono. Gosto do verde das árvores, gosto da cores das suas floradas, gosto da sua sombra, dos seus frutos, gosto do ar que elas limpam para nós, seres humanos. Gosto de árvores pequenas, médias e grandes. Porque todas elas são árvores e elas são natureza.
Sou viciado em árvores floridas. O flamboioã é fantástico, grande árvore que desabrocha flores vermelhas entre as suas folhas verdes e depois cobre o chão com suas pétalas, formando um tapete rubro. Diferente do ipê, que se enche de luz trocando todas as suas folhas por flores cor do sol e, quase efêmero, forma um tapete amarelo sob nossos pés, iluminando os caminhos.
É mais comum ver a azaléia como um arbusto, mas ela cresce e se transforma em bela árvore, que eu tenho visto por aí explodindo em cores diversas, como vermelho, branco, rosa, champanhe, mesclada, colorindo também o final do inverno e início da primavera. Com as estações meio misturadas, devido ao descaso do ser humano com a natureza, a azaléia floresceu mais tarde, de modo que tenho encontrado muitas delas em plena floração pelos caminhos.
E o jacatirão, ah, o jacatirão. É uma árvore que cresce livre na natureza, a nativa, e floresce no final da primavera ficando com flores até o auge do verão. As matas, encostas, morros ficam tingidos de vermelho – que é o matiz da mistura de suas pétalas vermelhas, brancas e de outros tons entre essas duas cores. Na quaresma floresce uma outra variedade dessa generosa árvore, que é chamada de quaresmeira, com flores menores que da árvore nativa, mas com cor mais acentuada. No inverno, floresce a variedade híbrida, de jardim, muito parecida com a nativa, também chamada de “manacá da serra”.
E temos ainda primaveras(buganvílias), ipês roxos, paineiras e tantas outras árvores belíssimas, majestosas, que a natureza é pródiga em beleza.
Sou fascinado, também, pelas flores das árvores frutíferas, como a flor do pessegueiro, a flor da laranjeira, a flor de maracujá – essa não tem o perfume das duas anteriores, mas é de uma beleza quase ímpar. E, na verdade, maracujá não é uma árvore, mas da maneira como essa planta sobe nas outras, acaba parecendo ser uma delas.
Vocês já viram uma cerejeira japonesa florescida? É um espetáculo grandioso.
Gosto até daquelas árvores com flores mais simples, que às vezes nem têm cor, como a flor da silveira, que é branca.
A verdade é que gosto de árvores. Gosto até daquelas que não florescem com pompa, que florescem timidamente, pois todas elas, como nós, seres humanos, são irmãs gêmeas da natureza. Natureza que fica mais pródiga na primavera, quando brota mais verde, quando florescem mais cores.