No turbilhão de nossas vidas agitadas, há uma miríade de indivíduos que habitam os bastidores do nosso dia-a-dia, muitas vezes despercebidos, relegados à invisibilidade pelas pressas e distrações que nos consomem. São os invisíveis à nossa volta, os profissionais cujo trabalho é vital para o funcionamento da sociedade, mas cuja presença muitas vezes ignoramos.
O porteiro do nosso prédio, cujo rosto se torna uma paisagem familiar, mas cuja história e aspirações permanecem desconhecidas. O zelador das escadas e do elevador, cujo trabalho árduo mantém nosso ambiente residencial em ordem, mas cuja dedicação passa despercebida em meio aos nossos afazeres diários.
Os garis que, incansavelmente, deslizam pelas ruas, recolhendo os detritos do nosso cotidiano, tornando nosso mundo um lugar mais limpo e habitável. O entregador de encomendas que toca à nossa porta, trazendo consigo mais do que simples pacotes, mas histórias e experiências que raramente nos damos o tempo para compartilhar.
E nós, em nossas conversas com amigos, pegamos a encomenda, assinamos um papel sem ler, sem sequer lançar um olhar nos olhos da pessoa que está diante de nós. O motoboy que nos entrega o lanche do meio do dia, a tia da limpeza do escritório, o garçom que serve nossa comida - todos eles desempenham papéis cruciais em nossas vidas, mas muitas vezes são tratados como meros espectadores de nosso mundo.
Vivemos em um mundo cada vez mais conectado, onde a tecnologia nos permite estar constantemente em contato uns com os outros. No entanto, mesmo nesse mundo interconectado, continuamos a conviver com os invisíveis, muitas vezes sem sequer notá-los. A merendeira da escola, a atendente do balcão, o vendedor da banca de revistas, o trocador do ônibus - todos eles são peças essenciais na engrenagem da sociedade, mas raramente reconhecemos sua importância ou valorizamos seu trabalho.
É hora de abrir os olhos e reconhecer a humanidade que existe por trás desses rostos aparentemente invisíveis. Cada um desses profissionais tem uma história para contar, sonhos para realizar e dignidade que merece ser reconhecida. Vamos fazer um esforço para enxergar além da superfície, para valorizar aqueles cujo trabalho muitas vezes passa despercebido. Porque, afinal, somos todos interdependentes nesta teia complexa que chamamos de sociedade, e nenhum de nós deveria ser deixado para trás na escuridão da invisibilidade.
*Jornalista/Radialista/Filósofo