Professor Magnus Medeiros

Wanderlino Arruda*
26/03/2019 às 06:09.
Atualizado em 05/09/2021 às 17:57

O grande e admirado Magnus Medeiros, companheiro dos melhores desde nossos tempos da iniciante Faculdade de Filosofia, com aulas ainda no Colégio Imaculada, foi sempre companheiro fiel. Ele da turma de Geografia, com aulas lideradas por Dalva Dias, era sempre o melhor papo no intervalo. Início de ensino superior, muita gente ainda não sabendo da seriedade exigida, turmas enormes. No Curso de Letras, por exemplo, éramos 65, boa parte advogados, professores, jornalistas, até o médico João Valle Maurício. Os formandos de Geografia terminaram com turma bem mais respeitável, porque nós, das Letras, só chegamos ao fim com sete.

Com uma valorização bem vistosa para todas as escolhas, os alunos de Geografia foram líderes na festa de formatura, principalmente por contarem com Magnus Medeiros, professor de prestígio, marca de destaque no colunismo social, excelente capacidade de redação, elogiável grau de informação, porque sempre circulando pelos segmentos mais importantes da sociedade. Sua coluna foi sempre ponto de destaque, principalmente pelo alto nível de conhecimento e de cultura, que soube cultivar durante todos os anos e décadas, a esta altura, acredito, em torno de meio século.

Embora a boa redação ensina-nos a usar o mínimo de adjetivos, nunca um bom redator ou orador conseguiu descrever e qualificar Magnus sem portentoso conjunto de complementos para destacar credibilidade, competência, inteligência, responsabilidade, elegância, capacidade de bem-querência, dignidade profissional, lealdade, ética, integridade, coleguismo, jeito bom de ser na vida. Tudo a favor de Magnus, que antes de ser jornalista escrevia o nome com “o”, Magnos, nem sei se menos nobre que com “u”, bem mais latino. O sobrenome Medeiros, então, tem sido sempre uma garantia maior e de elogiável marca.

O grande e notável montes-clarense nasceu na vizinha Pirapora, vindo para cá ainda criança, aqui estudando, aqui se fazendo, principalmente na Padaria Flor do Sertão, do Sr. Tota, seu avô, bom vizinho de Godofredo Guedes e Dona Júlia, com a rua Rui Barbosa ainda na fase romântica das platibandas de casas e cômodos de comércio de início do século, a via pública mais caprichada e cultivada na arquitetura, principalmente depois da Rua São Francisco.

Foi lá que conheci o cantor de voz primorosa, principalmente quando cantava “New York, New York”, ou músicas de Agustín Lara e Nelson Gonçalves. Foi no antigo Diário de Montes Claros nosso maior convívio no meio de muitas notícias e do entusiasmo de Júlio de Melo Franco e de Décio Gonçalves. Importante também citar nossa participação na Revista Encontro, ponto de união de muita gente boa da imprensa e das artes, entre elas, o saudoso Konstantin Christoff.

Vivamos quantos anos viver, a vida será sempre rica quando a vivemos em benefício de muita gente, quando fazemos o que sabemos, e trabalhamos com nosso maior desejo de produzir qualidade. Tenho certeza de que não inflaciono valores nesta minha fala sobre o amigo e colega, companheiro e confrade Magnus, com quem nunca deixei de participar dos movimentos de Cultura, principalmente no Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, onde ele ocupa, como fundador, a Cadeira 15, que tem como Patrono o jornalista Ataliba Machado. Gratificante destacar aqui que Magnos Denner Medeiros, uns três anos mais novo do que eu, foi, juntamente comigo, dos maiores amigos de Haroldo Lívio de Oliveira, o melhor de todos nós!

*Diretor dos Institutos Histórico e Geográfico de Minas e de Montes Claros

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