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Por uma relação mais sadia com o dinheiro: a necessidade da educação financeira na primeira infância

Fernando Lamounier*
Publicado em 06/09/2023 às 19:00.

Introduzir a educação financeira logo na primeira infância nunca foi tão necessário. Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), mostram que 78,1% das famílias registraram dívidas a vencer no mês de julho e, de acordo com a S&P Global Financial Literacy Survey, somente 35% dos adultos do Brasil são financeiramente alfabetizados, resultando em jovens sem consciência de gastos que já iniciam as vidas financeiras endividados e sujeitos a um ciclo vicioso de despesas exageradas. 

As escolas são capazes de prevenir esse problema, ajudando os estudantes a terem condições de se manterem financeiramente e a controlar os custos por impulso. Com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que entrou em vigor no ano de 2020, a educação financeira tornou-se obrigatória na grade curricular das escolas de ensino fundamental de todo o país. O tema transversal foi previsto para ser trabalhado em diferentes disciplinas, mas, principalmente, nas aulas de Matemática e Ciências da Natureza. 

Atualmente, este método é praticado em determinadas instituições de ensino, além de existirem alguns projetos que apoiam a atividade, como o Programa Jovem Paulista, criado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) com o objetivo de promover aulas de fundamentos de finanças e de empreendedorismo nas escolas de ensino médio estaduais, e o Projeto Vamos Jogar e Aprender, desenvolvido pelo Instituto Brasil Solidário, com a proposta de exportar conhecimento e mostrar resultados do impacto da educação financeira na vida das pessoas, por meio de jogos educativos com termos de mercado adaptados para cada cultura, região e localidade. 

O passo mais importante é investir no desenvolvimento infantil e gamificar a educação financeira, utilizando de jogos e momentos lúdicos para incentivar a curiosidade e facilitar o entendimento sobre as finanças. 

Se conseguirmos emular as crianças desde o início, elas crescerão preparadas para lidar com o dinheiro e obter uma relação muito mais saudável com as contas. Segundo o Instituto Locomotiva, mais de 60% dos brasileiros obtêm estresse e conflitos familiares causados por finanças, e apenas 21,9% se sentem preparados para lidar com uma despesa inesperada.

Ainda estamos muito longe. A consciência de gastos e o planejamento para realização de grandes projetos necessita de mais investimentos no Brasil, pois é desta forma que caminharemos para uma sociedade menos endividada. A educação financeira já é efetivamente praticada no ensino infantil de alguns países e beneficia não apenas o futuro das crianças, mas toda a nação que elas integram.

*Diretor da Multimarcas Consórcios

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