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O dilema das pequenas e médias empresas brasileiras

Publicado em 21/10/2024 às 19:00.

Os pequenos e médios empresários brasileiros estão cheios de vontade de crescer, mas olha o tamanho do problema que eles enfrentam! A pesquisa “Cabeça de Dono”, feita pelo Instituto Locomotiva para o Itaú Empresas, diz que 60% dos líderes das PMEs querem expandir seus negócios no próximo ano. Parece bom, né? Mas a coisa não é tão simples assim, não.

O levantamento mostra que os donos de pequenas e médias empresas, aqueles que faturam entre R$ 360 mil e R$ 50 milhões por ano, estão se desdobrando para dar conta de tudo. É um festival de pratos girando no ar: 98% dos empresários são responsáveis pelas decisões estratégicas e 96% botam a mão na massa, operando a empresa diretamente. E aí vem aquela sensação de cansaço, sobrecarga e, claro, solidão. Ficar sozinho na sala, fazendo planilha, atendendo cliente e tentando resolver tudo ao mesmo tempo, não é moleza não, amigo.

62% deles querem mais tempo para a família. Só que, com tanta coisa para fazer, cadê esse tempo? Não tem! E é assim que surgem os problemas de saúde e aquela sensação de que, mesmo querendo crescer, eles não conseguem sair do lugar. Já pensou? Você acorda cedo, vai dormir tarde, e ainda tem que dar conta de tudo. Isso, na prática, acaba segurando o crescimento que esses empresários tanto desejam.

O que mais tira o sono deles? Crises econômicas, concorrência pesada e dificuldades para inovar. Mas, olha só que ironia: é justamente a inovação que poderia tirar muitos deles dessa encrenca. O que está faltando? Apoio, diálogo e, principalmente, planejamento estratégico. A pesquisa do Instituto Locomotiva deixa claro: 57% dos empresários gostariam de trocar ideia com outros gestores para compartilhar experiências e encontrar soluções.

Aqui, a gente precisa ser direto: enquanto essa turma continuar a ser vista como “pequena” e não receber a atenção devida, o crescimento vai continuar limitado. Só que as PMEs não são pequenas coisa nenhuma, viu? Elas representam 30% do PIB e geram 50% dos empregos ativos no Brasil! Ou seja, se as PMEs não tiverem condições de crescer, a economia também não vai para frente.

Esses empresários estão tão sobrecarregados que mal conseguem pensar no crescimento da empresa. E se falta tempo para planejar, falta tempo para fazer o negócio crescer. É aquele velho dilema: quem faz tudo, acaba não fazendo nada direito.

E onde está o governo nisso tudo? Não está, pelo jeito. A pesquisa mostra que 74% dos líderes das PMEs acham que suas regiões recebem menos apoio do que outras. No Nordeste, esse número salta para 87%. Ou seja, para muitos desses empresários, não basta querer crescer, é preciso um incentivo que não vem.

Mas não se engane, viu? Mesmo assim, a turma não desanima. São persistentes e sabem da importância que têm para o país. Afinal, 84% concordam que as PMEs são cruciais para a economia brasileira e 87% acham que são fundamentais para a geração de empregos. Só que, e aqui está o pulo do gato, 82% sentem que não são reconhecidos como deveriam.

*Jornalista/Radialista/Filósofo

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