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Lições das Olimpíadas para o mercado de trabalho

Bruno Martins*
Publicado em 02/08/2024 às 19:00.

As competições das Olimpíadas de Paris trouxerem à discussão duas questões fundamentais para o mercado de trabalho. A primeira dela diz respeito à promoção da igualdade de gênero já que, pela primeira vez, o maior evento esportivo tem o mesmo número de atletas participantes de homens e de mulheres. A outra é sobre a barreira do etarismo, que é um desafio para os profissionais nas empresas e que se mostra ainda um grande obstáculo no esporte.

Nos jogos da França, o movimento olímpico deu um grande passo em relação à igualdade de gênero. Dos 10.500 atletas do evento, homens e mulheres terão a mesma representatividade: 5.250, o que representa a maior participação delas em 100 anos.

Mais do que esporte, o evento está trazendo para debate questões urgentes como igualdade e equidade já que as mulheres ocupam menos de 40% dos cargos de liderança no Brasil. Ainda há muitos desafios como a equiparação salarial e a dificuldade de ascensão a cargos de liderança e barreiras de natureza legal, social, cultural, educacional, entre outras.

Foi importante trazer essa questão para o esporte, que é uma das paixões globais e para um evento de visibilidade mundial, e mostrar o quanto isso é benéfico para todos. É a hora de os líderes empresariais pararem e verem o quanto é fundamental trazer essa iniciativa para dentro das organizações. Vale ressaltar que as vantagens da liderança feminina impactam positivamente a produtividade e performance, resultados em práticas de ESG, redução de risco operacionais das empresas e até a distribuição de renda no país.

E o esporte também traz o desafio do rótulo do etarismo, o que é um dos assuntos mais debatidos nas grandes empresas. Mesmo sendo um mundo à parte no que diz respeito a processos de trabalho e não pode ser comparado à estrutura de uma empresa convencional, os atletas convivem com a contradição sobre o tempo de carreira num mercado predominantemente jovem.

Se por um lado, os técnicos esticam a atuação à frente das equipes para a casa dos 50, 60 anos, o mesmo não se pode dizer dos atletas de uma forma geral, que atuam, em média, durante 15 ou 20 anos em alto nível. A eles cabe entender desde cedo a importância do planejamento de carreira para uma vida fora dos treinos por volta dos 30 anos.

Com o passar dos anos, tantos trabalhadores quanto os atletas precisam chamar a atenção pela capacidade de manter o desempenho em alto nível. Uma prova de que a idade não precisa ser necessariamente um impedimento para que profissionais experientes se mantenham dispostos, relevantes e competitivos após os 65, idade limite para a maior parte dos profissionais. Mais do que obter resultados consistentes, os mais experientes precisam mostrar vitalidade para querer continuar na ativa e ampliar o legado já recheado de conquistas e um currículo cheio de boas histórias para contar.

Em suma, assim como no esporte, o mercado de trabalho ainda tem muito espaço e precisa de profissionais mais maduros e experientes porque trazem na bagagem ideias, conhecimento e experiência para resolver as questões mais complexas, frente à disputa de espaço com geração Z. O segredo está em conciliar os dois mundos, garantindo sempre a diversidade e equidade, dentro e fora das competições esportivas.

*CEO da Trilha Carreira Interativa

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