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Inclusão financeira na era da IA

Julián Colombo*
Publicado em 30/08/2024 às 19:00.

Imagine um mundo onde cada pessoa, independentemente de sua localização ou renda, tenha um executivo dedicado. Graças à IA Generativa, esse mundo está ao nosso alcance. Os avanços tecnológicos nos permitem revolucionar o futuro, onde a inclusão financeira não é apenas uma aspiração, mas uma realidade finalmente acessível.

Pense em uma agência bancária onde várias pessoas esperam pacientemente para serem atendidas por um executivo – aquele funcionário que se esforça para ser um “Chat GPT” humano de informações financeiras. O cenário é comum: a demanda supera a oferta de atendimento personalizado, reflexo de um modelo que é financeiramente inviável, especialmente para os 1,4 bilhões de pessoas sem acesso a serviços bancários em todo o mundo.

Quase todas essas pessoas gostariam de ter alguém que as guie, explique, dedique tempo e se preocupe com elas. Mas, historicamente, o custo de manter um executivo para atender pessoalmente os clientes têm sido proibitivos. No entanto, estamos à beira de uma revolução. Com soluções específicas de IA generativa, o valor de um atendimento personalizado pode ser drasticamente reduzido, transformando centenas de vidas ao possibilitar o acesso a serviços financeiros personalizados e proativos.

Nesta era em que todos avaliam o uso da Inteligência Artificial – um estudo da Gartner indica que 92% das organizações planejam implementá-la até 2026 – provavelmente você pensou que a solução para isso passa pelos chatbots, que deixaram a desejar em termos de inteligência e capacidade de compreensão.

Essa ideia de chatbots que respondem às perguntas dos clientes parece de outra época. Mas não podemos tirar o valor que tiveram, porque, afinal, são como a semente de uma nova ideia. O que proponho é, com a ajuda da IA generativa, criar Executivos Virtuais que pareçam humanos, que conversem naturalmente por telefone, participem de videoconferências e sejam capazes de contatar cada cliente proativamente para oferecer produtos e ajudar a regularizar sua situação financeira.

Sua proposta de valor não só abrange o atendimento, mas também se concentra em antecipar as necessidades dos usuários, oferecendo soluções que fazem mais sentido para o bolso de cada um.

Gostaria de destacar que esses executivos virtuais não significam o fim dos empregos, mas sim a evolução dos mesmos. Assim como o setor tecnológico absorveu e criou novas profissões ao longo dos anos, o setor financeiro está se adaptando. Os executivos de contas, por exemplo, serão requalificados para se tornarem comandantes em IA.

Estou convencido de que as primeiras instituições financeiras que adotarem estrategicamente a IA generativa para melhorar um serviço ao cliente focado nas necessidades reais dos usuários não apenas reconquistarão clientes que migraram para as fintechs, mas também definirão a direção do mercado.

Não quero encerrar este espaço sem encorajar cada líder a refletir sobre o impacto transformador da IA Generativa em sua organização. Este não é apenas um momento de avanço tecnológico, mas uma oportunidade de moldar um futuro financeiramente mais inclusivo e justo. Não façamos apenas negócios; façamos a diferença.

*Fundador e CEO da N5, empresa de software para indústria financeira

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