Etarismo nas empresas

Luiz França*
Publicado em 12/10/2022 às 00:02.

O aumento da expectativa de vida trouxe um novo panorama para a sociedade e para o mercado de trabalho. Mais pessoas acima dos 45 anos passaram a estar empregadas e, com elas, um tipo de preconceito ganhou força nos corredores das empresas: o etarismo, que condiciona à idade o desempenho e a capacidade de desenvolver atividades.

O IBGE aponta que aproximadamente 13% da população brasileira tem mais de 60 anos, e a previsão é que, em 2031, o país tenha mais idosos do que jovens e adolescentes. O aumento da expectativa de vida impressiona: em 1940, era de 45,5 anos, enquanto, em 2020, já havia saltado para 76,8 anos.

Ao mesmo tempo em que presencia o envelhecimento dos trabalhadores, o mundo corporativo está tendo que lidar com o estabelecimento da Geração Y e com a chegada da Geração Z. Marcante pelo modernismo, protagonismo e espírito empreendedor, a Geração Z tem sede de alcançar lugar de destaque nas empresas, de transformar o ambiente de trabalho por não aceitar horários rígidos nem ambientes com formatos ultrapassados.

O que as empresas precisam colocar em prática para não perder espaço, diante deste cenário tão controverso? A idade permite que você construa competências, o amadurecimento traz experiências e resiliência, a pessoa mais velha traz consigo o networking natural e o conhecimento adquirido ao longo da vida. Já o jovem carrega a modernidade, a facilidade de se comunicar, busca autonomia, é entusiasta e desapegado.

A diversidade que buscamos dentro das empresas deve ultrapassar a barreira da idade. Pessoas diferentes promovem ideias, pensamentos e experiências diferentes. Fica cada vez mais evidente que a formação de times múltiplos, com perfis, gêneros, orientações sexuais, raças e faixas etárias diversas, gera melhores resultados e entregas mais completas. Estamos caminhando para uma mudança total nos modelos de trabalho e na forma de olhar para a sociedade. E ainda teremos uma grande aceleração nessa tomada de consciência.

Então como não incluir a intergeracionalidade na pauta da diversidade corporativa? Os mais jovens podem e devem aprender constantemente com os mais velhos, assim como os mais velhos podem e devem aprender constantemente com os mais jovens. Promover a integração e o convívio das gerações é a solução para acabar o etarismo. É a única forma de os líderes acabarem com o preconceito no mercado de trabalho.

*especialista em Gestão de Pessoas

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