As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são causadas por mais de 30 agentes etiológicos diferentes, como, por exemplo, bactérias, vírus, e protozoários, transmitidos durante o sexo. Conforme o Ministério da Saúde, mais de 10 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo dessas doenças. Apesar de a população ser mais conectada e com mais acesso à informação, a despreocupação com o sexo seguro, principalmente entre os mais jovens, torna essa parte da população mais vulnerável.
A estimativa do Ministério é que mais de 3 milhões de brasileiras têm algum tipo dessa doença. As DST’s podem apresentar sintomas bem incômodos e constrangedores, levando muitas mulheres a deixarem de procurar o especialista por constrangimento, contribuindo para evolução para situações mais graves.
As doenças sexualmente transmissíveis mais comuns entre elas são a tricomoníase, clamídia, gonorréia, HPV, herpes genital, candidíase, sífilis e cancro mole. É importante alertar que algumas dessas patologias também se manifestam em homens, diferindo apenas nos primeiros sintomas que, em geral, são mais perceptíveis entre mulheres.
Ardência, coceira, dor, vermelhidão, feridas, úlceras na região íntima, secreção vaginal com coloração amarelada, esverdeada ou marrom, geralmente acompanhada por mau odor, verrugas genitais ou dor durante a relação sexual podem ser os primeiros sinais de alerta. Quem pratica sexo sem proteção, teve contato direto com sangue de outra pessoa ou de alguma outra forma se expôs ao risco de contrair uma DST. A recomendação é fazer exames aos primeiros sintomas ou até mesmo antes.
As doenças sexualmente transmissíveis podem também se apresentar e evoluir de forma silenciosa, até progredirem para quadros graves, colocando em risco a saúde reprodutiva e a vida. É extremamente importante os exames periódicos para detectar essas infecções.
A maioria das pessoas, por exemplo, desconhece o fato de o papilomavírus humano (HPV) também provocar câncer de boca e garganta (laringe). O vírus é frequentemente associado ao câncer cervical, popularmente conhecido como câncer de colo do útero, por ser um dos principais causadores da doença.
Outra preocupação é a incidência de DST na terceira idade. Ela tem preocupado os profissionais do cuidado clínico. Conforme dados do Ministério da Saúde, cerca de 4% a 5% da população acima de 65 anos apresentam alguma doença transmitida sexualmente.
As consultas ginecológicas devem fazer parte da rotina de saúde feminina e durante a conversa com o médico é crucial informar sobre as alterações percebidas e, ao se expor a riscos de DST, o recomendado é procurar um ginecologista.
A camisinha é o método mais simples e eficaz para prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Durante qualquer relação sexual (orais, anais e vaginais), o uso da camisinha é indispensável.
*Professor da UFMG e ginecologista da Rede Mater Dei