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Carreira após os 50 anos: O poder do empreendedorismo e a reconquista da confiança ao mudar

Ivan Pereira*
Publicado em 03/08/2023 às 19:54.

Este ano traz uma marca importante: o cenário não é mais pandêmico, mas seus impactos permanecem e seu enfrentamento se coloca diante de nós para seguirmos em frente. Um dos desafios é o aumento da vulnerabilidade econômica, especialmente, da população mais velha. O Caged calcula que 700 mil pessoas com mais de 50 anos perderam seu emprego durante a pandemia.

O problema se agrava porque parte considerável desse grupo ainda é responsável pelo sustento de suas famílias. O aumento da idade mínima para a aposentadoria e da expectativa de vida contribui para esse movimento. No entanto, um estudo divulgado pela EY Brasil retrata o quanto não estamos preparados para isso: mostra que pessoas com mais de 50 anos não ultrapassa os 10% dentro das empresas, que 60% das organizações afirma ter dificuldade em contratar pessoas a partir desta idade e que 80% delas se quer políticas específicas para combater o etarismo em seus processos seletivos.

A inversão da pirâmide etária, em que a proporção de pessoas mais velhas se torna maior do que o número de nascimentos e dos mais jovens, é um desafio sobre o qual já estamos cientes há algum tempo. O percentual de idosos entre os brasileiros vem crescendo consistentemente ao longo das décadas. Cálculos do IBGE indicam que, em 2050, o Brasil terá cerca de 30% da população acima de 60 anos, o dobro do que temos hoje. Em países onde esta é realidade há mais tempo, como o Japão, criaram-se incentivos que beneficiam as empresas quando da inclusão dos mais velhos em seus quadros.

Por aqui o movimento que temos visto é paralelo ao mercado formal de trabalho. O Sebrae e o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostraram que, em 2021, a necessidade foi a motivação para a criação de 80% dos novos negócios de empreendedores considerados seniores. Em 2018, era a oportunidade que norteava a abertura de um negócio para a maioria dessas pessoas. Entre as características deste grupo estão ensino fundamental incompleto, idade entre 55 e 64 anos, e raça preta ou parda.

Se partir para o empreendedorismo é uma solução evidente para a retomada de melhores condições econômicas e de vida do brasileiro, é também um caminho essencial para a retomada da autoestima destas pessoas. Da capacidade delas voltarem a se dar valor. Uma autoestima profissional elevada é empoderadora, pois possibilita o reconhecimento de habilidades e, acima de tudo, de voltarem a se valorizar e confiarem mais em nós mesmas.

*Vice-Presidente da Mind Lab e da eduK

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