Autoconhecimento para além do clichê

Fernando Pacheco - Diretor de carreira da Penser
Hoje em Dia - Belo Horizonte
06/10/2018 às 06:01.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:49

Com o boom da autoajuda e dos gurus de internet, o conceito de autoconhecimento passou a ser visto como um clichê. A forma como o tema é discutido e a falta de conexão de algumas abordagens com planejamento, entendimentos profissionais e visão de mercado faz com que as pessoas encarem o assunto como algo distante da vida profissional. Não me agrada essa forma de ver essa competência e é fundamental abordar o tema focando em linhas voltadas para carreira, mapeamento de mercado e ligação com oportunidades profissionais.

Quando escrevi o livro “O caminho dos líderes”, ficou claro que cada CEO ou diretor(a) citava o autoconhecimento como um dos pontos fundamentais para ter alcançado o alto posto das organizações. “Em nossa educação, a parte de autoconhecimento é muito falha. Um fator fundamental para o sucesso de alguém é se conhecer, saber seus limites e potenciais”, foi o que disse o professor Carlos Arruda, diretor Executivo de Inovação da Fundação Dom Cabral, em entrevista para o livro.

Sem dúvida, o autoconhecimento é uma das chaves mais importantes para um direcionamento correto de carreira e para o desenvolvimento de competências vitais para o avanço no ambiente corporativo (ou mesmo para quem deseja empreender).

Uma pesquisa publicada na revista Harvard Business Review mostra que equipes que contam com integrantes em maior grau de autoconhecimento têm melhores resultados em qualidade na tomada de decisão, coordenação e gestão de conflitos (68%, 73% e 65%, respectivamente na comparação com pares sem essa competência). É preocupante, portanto, que apenas 15% das pessoas sejam autoconscientes – segundo dados revelados pela psicóloga Tasha Eurich no livro “Insight”.

O autoconhecimento é um dos pilares dentro do rol da Inteligência Emocional (IE) e indivíduos com uma boa IE conseguem controlar impulsos e evitam ser dominados por situações negativas. Consequentemente, se tornam mais produtivos, melhoram sua liderança e obtêm maior retorno financeiro. A TalentSmart, principal fornecedora mundial de testes de inteligência emocional, testou 34 habilidades no local de trabalho e descobriu que a IE é o mais forte preditor de desempenho, explicando 58% de sucesso em todos os tipos de atividade. Outra pesquisa, realizada com estudantes, mostrou que, dez anos depois, aqueles jovens que trabalharam e desenvolveram a IE tiveram mais sucesso profissional do que seus colegas que não tinha essa competência –- em todas as profissões.

O autoconhecimento é uma qualidade a ser desenvolvida e existem algumas estratégias simples para isso. Um bom começo é solicitar feedbacks construtivos regularmente e manter um diário profissional, registrando experiências e avaliando como as situações afetaram seu desempenho. Outro passo é procurar profissionais, como mentores e empresas especializadas em gestão de carreira e desenvolvimento profissional, sempre buscando especialistas que tenham vivências reais no mundo do trabalho.

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