“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros” Che.

É com profundo sentimento de consternação que temos lido notícias sobre Brumadinho.

Esse sentimento nos mobiliza a ajudar de alguma forma.

Tenho pesquisado fatos históricos e trabalhos científicos que possam servir de lições e inspiração.

Li sobre o recente acontecimento de Brumadinho e o anterior de Mariana.

Descobri que também em MG, no ano de 1954, houve um grave rompimento da famosa Barragem da Pampulha.

Fotos dos jornais da época mostram a barragem rompida e uma enorme inundação que causou prejuízos, perdas de plantações, animais, desmoronamento de casos, danos diversos às pessoas, interrupção de serviços essenciais, além do isolamento total do Aeroporto da Pampulha e de uma extensa região ao seu redor, por um longo período.

Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes livros sobre Gestão de Riscos.

Eles me levaram para os Estados Unidos em 2007, onde fui recebido por Nassim Taleb, a quem fui logo pedindo:

Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.

Leia o livro “A Lógica do Cisne Negro”, onde tento explicar a origem dos grandes desastres mundiais, por causa dos problemas de percepção em relação a eventos aleatórios, inesperados e catastróficos, devido à nossa grande dificuldade de fazer previsões acertadas.

Depois da descoberta da Austrália, o mundo se surpreendeu com a constatação da existência de Cisnes Negros, jogando por terra a crença de que só existiam Cisnes Brancos desde a criação do mundo.

Metaforicamente, um Cisne Negro é um evento raro e improvável que tem um impacto colossal sobre a sociedade e é ao mesmo tempo, explicável, mas impossível de ser previsto analisando apenas o passado.

Para tentar prevenir desastres futuros, procure ver além das lentes da frequência de ocorrências de eventos similares no passado.

Vá mais fundo, olhe pelas lentes da gravidade das consequências de uma possível falha significativa, ainda que nenhuma ocorrência passada tenha sido registrada.

Oriente-se pela gravidade futura e não pela frequência passada e faça o impossível para evitar que tais desastres aconteçam.

Afinal, a Vida Vale Mais!

*Palestrante, consultor e fundador do Blog do Maluco

Compartilhar