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A disparidade salarial entre homens e mulheres

Gregório José*
Publicado em 26/03/2024 às 19:00.

Vamos adentrar em um tema que não apenas merece, mas exige nossa atenção e reflexão: a disparidade salarial entre homens e mulheres, um problema que assola não apenas Minas Gerais, mas todo o nosso país. Estamos diante de uma realidade inaceitável, onde as mulheres continuam a enfrentar discriminação sistemática no mercado de trabalho, refletida diretamente em suas remunerações.

O recente 1º Relatório de Transparência Salarial nos traz dados alarmantes que não podemos ignorar. De acordo com este relatório, as mulheres em Minas Gerais ganham em média 21,6% a menos do que os homens. Estamos falando de uma disparidade que não pode ser explicada por diferenças de habilidades ou competências, mas sim por uma estrutura injusta e discriminatória que persiste em nosso meio.

E não para por aí. Quando analisamos essa diferença salarial por raça, os números se tornam ainda mais chocantes. As mulheres negras, apesar de estarem presentes em números equilibrados no mercado de trabalho em Minas Gerais, enfrentam uma diferença salarial média de 25,1% em relação às mulheres não negras. Estamos falando de uma injustiça que não podemos mais tolerar.

O relatório também revela a falta de políticas eficazes por parte das empresas para abordar essa disparidade. Embora algumas medidas tenham sido adotadas, como planos de cargos e salários, ainda há muito a ser feito. A falta de programas de flexibilização do regime de trabalho, licença maternidade/paternidade estendida e auxílio-creche é um reflexo claro da falta de compromisso das empresas com a igualdade de gênero.

Essa realidade não se limita a Minas Gerais, é um problema nacional. No Brasil como um todo, as mulheres ganham em média 19,4% a menos do que os homens. E quando olhamos para a intersecção com a raça, a situação se torna ainda mais grave para as mulheres negras, que enfrentam uma diferença salarial de quase 50%.

É hora de agir. Não podemos mais permitir que nossas mães, irmãs, esposas e filhas sejam sub-remuneradas e subvalorizadas em nosso mercado de trabalho. A igualdade salarial não é apenas uma questão de justiça, é uma questão de dignidade e respeito. É hora de mudar essa realidade e construir um futuro onde todos tenham as mesmas oportunidades, independente de gênero ou raça. E essa mudança começa agora.

*Jornalista/Radialista/Filósofo

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