Ymma Martins

São sonhos, alegres e transbordantes de ternura brilhante, vida iluminada de dourado pelo sol e prateada pelos fios da lua.

É como a manhã nas matas vagando os seus raios de luz, balançando o vento fresco nos seios, entrando nas veias, colorindo de novo de vermelho as estradas que tinham se tornado negras, aprisionadas da noite, onde as estrelas são pontos de luz sorrindo. Os olhos para o céu recolhem sonolenta os seus dados e os colocam na alma túnica esverdeada bem clara.

É como um sonho descansado, querendo estar bem perto, junto de mim, como uma brisa que nascera cedinho, veio acariciar a minha alma, devorando este meu ser ávido de saber.

É tão belo que, mesmo fingido, faz acreditar.

É como o mundo que se desenrola como as nuvens mais belas que vagueiam os sonhos do céu.

Mas o tempo continua cantando a sua cantiga interrupta e vem passando, ligando a um único elo, como as horas, os minutos e segundos.

Mesmo a solidão povoa o peito e envelhece o coração a ponto de explosão da poeira vermelha e continua para recomeçar e reciclar, colhendo as partes caídas e renascer, sentindo no meu corpo doçuras do sol, mexendo a minha alma a morbidez da areia, sorvendo nas narinas golfadas de ventos. Tudo na maior e absoluta liberdade.

É reparar que, vivendo, crescera dando os primeiros sintomas.

É ver tudo em sua volta com olhos da alma, reparar em coisas miúdas e insignificantes, mas gratificantes.

É como dar a volta por um lugar deserto, onde tudo que disser ficará em segredo entre o coração e a alma.

É algo de doçura e definitivo, que nem o tempo pode alcançar.

Às vezes é como punhaladas na alma muito dolorida, mas trazendo o sol dourado junto ao vento, que acaricia e, voltando a montar pelo meu corpo na noite, ronda a alma com os meus sonhos.