Ainda as dores da alma

Jornal O Norte
21/07/2006 às 13:05.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:40

Raphael Reys *

Nascida na época em que era moda a teorização, as versões modernas do pensar nas grandes metrópoles abastadas; a suposta evolução do pensamento e da compreensão da alma em sua instrumentalidade; criou-se a psicanálise.

Freud, um sexualmente compulsivo, ditou normas para se preencher a lacuna que existia, e que ainda existe na atualidade, na alma humana. Falta de compreensão e fraternidade. Era modismo escrever sobre temas diversos, usando uma linguagem incompreensível, e descrevendo uma parede de granito. Inexpugnável!



Um bom exemplo disso é Joyce em “Ulisses”, uma obra que se tornou um clássico. Um universo de nadas, para pessoas que buscavam o extraordinário, o inusitado, buscavam entender paredões de pedra. As dores da alma continuaram sem um lenitivo, e as técnicas de terapia ficaram suplantadas pelo pensar e falar bonito, pela teorização, sobre a emoção humana, uma coisa simples que vem pela via do coração. O coração tem todas as respostas.

Basta ler os poetas e os santos doutrinadores: Sidhartha na sua “compaixão”, Sócrates na sua  “imortalidade da alma”, instrumento de tragédias e comédias, Jesus o caminheiro da vida eterna, no “amar ao próximo como a si mesmo”, Lao Tsé e o “caminho do meio”, Paulo, o apóstolo em suas cartas doutrinárias.  “O meu poder é maior quando você esta fraco”.

O próprio Paulo Apóstolo, em uma carta trocada com Rufo de Tostosa, atesta que: “A realidade é apenas uma flecha disparada por Deus para penetrar corações vazios”.

Sabiamente, Freud concluiu os seus postulados sem tocar na imortalidade da alma. Tivesse feito isso naquela época de ricos, de Dandis e Laydes, e sua doutrina teria morrido logo após o nascimento. Deixou que os seus discípulos dessem curso posterior aos estudos. O que não foi feito. Copiaram o modelo do mestre Vienense e se tornaram dependentes das suas teses.

Apenas a figuração, para se apresentar no meio científico, de vítimas das suas próprias dores da alma.

Todas as terapias e estudos que vieram no século seguinte foram por modismo intelectivo desconsideradas. Aqui cabe uma reflexão do jornalista Apícius, dirigida aos passageiros que embarcaram na nau dos insensatos apreciadores do difícil: ”O ininteligível desperta o aplauso”.

Ficou a psicanálise presa á sexualidade infantil, aos complexos de Édipo e Diana, enquanto os pobres pacientes iludidos pioravam no divã, e morriam cheios de teorias.

Estes postulados se queimaram no fogo da nossa alma instrumento. Expressão, maior da vontade divina. Nós feitos à imagem e semelhança do Criador, para trilhar os emocionais caminhos da evolução da alma. O sopro que Deus Pai, nos confiou! 

Encerro a crônica com o dito popular do mestre dos cronistas, Rubem Braga: “Qualquer pessoa ou coisa pode ser instrumento da verdade”“.

* Cronista

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