Jeny Canela Perosso


Da Academia Feminina de Letras, funcionária pública municipal

Ainda embriagada pela emoção de ter sido empossada como membro da Academia Feminina de Letras de Montes Claros, gostaria de aproveitar este espaço democrático para agradecer, publicamente, por mais essa alegria vivida. E o faço agradecendo, primeiramente, a Deus, porque a Ele tudo devemos; agradeço pela vida e pelo dom que me faz estabelecer uma salutar e excitante dependência com a escrita.

Gostaria de sublinhar que a minha embriaguez justifica-se mormente por entender que se trata de reconhecimento concedido a pessoas que amam a escrita e conseguem exercitá-la como instrumento maravilhoso para partilharmos emoções, opiniões e sugestões. E, também, como possibilidade a mais para nos mantermos em movimentos contínuos e como instrumento de luta para rompermos com preconceitos ainda existentes em relação às possibilidades reais da mulher na vida em sociedade, resquícios de uma cultura extremamente marxista. Nesse sentido, vale sublinhar que a fundação da Academia Feminina tem valor ainda mais expressivo.

Agradeço a meus pais e irmãos pela estrutura familiar e pela oportunidade de tê-los em meu convívio, construindo base sólida, usufruindo das delícias do campo onde nascemos e crescemos, bebendo e alimentando os ares alvissareiros e sossegados da Estrela Dalva, paraíso construído e desmoronado pela voracidade dos tempos e contingências da vida. Agradeço, principalmente, por serem responsáveis por esse momento mágico de reconhecimento, consequência da convivência sadia também com a música, com os livros de literatura, com o trabalho, com a escola pública de qualidade, com o exemplo e com o limite dados e, felizmente, absorvidos por todos nós, graças a Deus.

Agradeço a Dona Yvonne Silveira, mestra, escritora e fundadora da academia, pela generosidade do convite para fazer parte de um grupo tão distintamente seleto que, naturalmente, se propõe continuar exercendo a prática da escrita, assumindo uma responsabilidade ainda maior, para que possa cumprir a contento a função política e social da referida prática.

Agradeço aos meus professores, do primário à universidade,     que contribuíram enormemente para nascer e crescer essa paixão pela  prática da escrita, recompensada com tão honroso compromisso de fazer parte da Academia Feminina de Letras de nossa Montes Claros.

Agradeço ainda ao meu marido Célio, companheiro de todas as horas, e ao nosso filho Murilo, pessoas às quais responsabilizo, igualmente, pela motivação para todas as ousadias responsáveis que redundam, nesse momento, no reconhecimento a uma habilidade que aprendi a exercer e socializar, que é a arte literária e que me faz pertencer, com orgulho e alegria indescritíveis, e consciência da responsabilidade à referida instituição.

Agradeço, também, ao carinho e à ternura de meus sobrinhos e aos meus afilhados, que têm sido, do mesmo modo, inspiradores de ações frutificadas com amor, como o é a ousadia de escrever acerca do que penso e sonho. Agradeço, ainda, à imprensa escrita de Montes Claros pela publicação de textos, o que denota valorização dos esforços exigidos para a colaboração nos excelentes jornais.