Ajax Tolentino
Advogado e escritor
A urna eletrônica é tão rápida que chega a ser cruel. Os candidatos ao chegarem a casa no dia da votação, com eles chegam os resultados da apuração, para uns poucos, muita alegria, mas para a maioria decepção.
Urnas, por que tornastes a apuração tão cruel? Sei! É a evolução!
È certo que a pesquisa de boca de urna dá o resultado com uma mínima margem de erro, logo depois da votação. Mas existe a esperança e a ilusão, da pesquisa estar errada, para aqueles que foram derrotados. Embora hoje, é coisa rara. O candidato ao chegar a caso no dia da votação, já sabe o resultado da eleição, pela pesquisa. Logo depois para suas decepção, a apuração confirma a pesquisa. Num ponto deve ser bom, pegam os candidatos que perderam ainda estão fragilizados pelo cansaço da campanha. Desta maneira o impacto da perca é menos sentindo, pois ainda estão abatidos pelo trabalho desprendido.na campanha. Dias depois quando a ficha cair, já aconteceu bem antes, aí, é mais fácil para absorver a derrota.
A política é mesmo uma caixinha de surpresas, com alegria para uns e tristeza para outros. É também como uma cachaça da boa, tomou uma dose, todos querem repetir. Ela, além da sua dinâmica, ainda tem as constantes modificações. Em especial no Brasil, em que ouve varias transformações em conseqüências dos regimes: imperial, democrata, ditatorial e novamente democrata, além de um pequeno período regencial. Por isso não foi constituído partidos que ao longo do tempo, firmassem uma filosofia, como comunista, trabalhista, liberal e até ecologista.
As várias mudanças fizeram com que os partidos hoje se transformem somente em legendas. Isso principalmente também pelo fato dos partidos terem multiplicado, hoje eles são mais de vinte, exista filosofia a destacar para todos eles. Ainda têm as modificações inesperadas, que às vezes surpreende a todos, candidatos e eleitores. Haja vista o que está acontecendo neste momento, em que há a inelegibilidade. Quando pode ser decretada a impossibilidade de um candidato, ou de um candidato a candidato, de se eleger, por não ser ficha limpa.
Tem mais, os votos dos eleitores antigamente, só nas capitais que eram independente, em regra geral. Nas outras cidades os eleitores votavam em quem o coronel ou os coronéis mandavam. Hoje nas cidades pequenas o coronel ainda existe mais não se elege presidentes e governadores a custa deles, nem muitos deputados. No máximo uns poucos. Como aconteceu nas eleições agora, foram eleitos uns meros desconhecidos.
Segundo comentário de Pelé, e outros, o brasileiro não sabe votar. Mas aqui, neste momento não se discute isso. Mas hoje se chega à certeza que o brasileiro escolhe em quem quer votar. Os eleitores na maioria votam nas pessoas, no político, não têm coronel nem partido a lhes guiar. Agora eles são eleitores dos seus próprios entendimentos. Tanto que os candidatos à reeleição já deputados, conseguem se reelegerem mais facilmente. Já é aprovado pelo povo. O que não acontecem com os novos candidatos, apesar de serem em número maior do que os candidatos à reeleição. Por isso muitos novos candidatos a deputado principalmente, não conseguem se eleger, só uma minoria. É verdade também, que para receber a votação, os já deputados tenham que estar atuantes, na atualidade. Não se elege os candidatos pelo passado deles. Pois eles têm que estar vivos na memória do povo, que conhecem os feitos deles do momento. Assim o voto hoje é direto para ele, pessoa. Não o indicado por ele, o coronel ou em sintonia com a doutrina de um partido. A sigla ainda existe só para o candidato filiar. Deste modo este fenômeno do voto pessoal acontece no executivo e também no legislativo, para uma maioria.
Assim hoje têm sentido, o voto não é do partido ou determinado pelo coronel, e sim direto para o acreditado politicamente, na maioria. Pela sua capacidade no cenário político. Desta maneira existem os votos que Lula arranjou para Dilma, uma ilustre desconhecida politicamente, e os de Aécio para Anastásia. Como também os da maioria dos já deputados.
Só resta aos que ganharam comemorar, e aos que perderam procurar os erros da campanha, corrigir, e se conseguirem, na próxima terem a felicidade de se elegerem.