Leonardo Campos
O homem normal sempre traiu, desde os tempos primevos, e continuará traindo enquanto o Sol estiver brilhando lá em cima e a onda do mar vir desmanchar-se na praia. E não é porque o faz buscando esquecer-se que é miseravelmente casado. Para ele, torna-se sobremodo fácil passar uma mulher para trás, difícil mesmo é passá-la para frente. Elas, que tanto se esmeram para a conquista, no que são imbatíveis, não passam de amazonas beligerantes na defesa dos seus mecenas, desconhecendo por inteiro, na regra geral, como as coisas foram plasmadas aqui em baixo.
É mesmo vulgaridade inútil negar que os homens não traem, esmerados que são para o orgasmo em subseqüentes receptáculos passivos. Todos eles, namorados, noivos, amancebados ou casados. E por certo, a exemplo da ignorância do seu sexo oposto sobre a causa que leva ao efeito, buscam desenfreadamente aquilo que a forquilha de uma calcinha guarda sem nem compreender a razão inclemente de sua busca incansável. Com a alegria insensata, entram, não raras vezes, na nau dos insensatos até o olho do furacão, abrindo, sempre e sempre, a caixa de Pandora, aquela coisa que nunca existiu mas que sempre aconteceu.
A razão, a todas as luzes, é que descumprir a proibição de cometer adultério das tábuas de Moisés é um imperativo genético. A escravidão biológica não transige no pormenor. Tudo não passa de ditames testosterônicos dominantes no homem, e não nas mulheres.
A atração dos opostos nos mostra um homem vencido pelo seu ordenamento biológico, e uma mulher da qual emana a sua beleza superior imposta pelos seus estrógenos. Surge daí o incitamento por uma busca que não acaba nunca, vez que é assim que funciona a perpetuação das espécies. É a máquina dos mortais, em seu ápice reprodutivo, a qual impõe ao macho sadio a sua procura, nem que para tanto tenha que vencer uma Lilith a cada nova aurora.
Andei estudando a matéria para certificar-me, com exatidão, o que a biologia nos impõe, intransigente e imutável como ela é. Descortinemos, então, a verdade que borracha nenhuma desmancha e nenhum computador deleta.
A testosterona é o hormônio sexual que predomina no homem, sendo secretada pelos testículos e pelo córtex da adrenal. Regula a diferenciação do ducto de Wolffian, secreção de gonadotrofina e espermatogênese, responsabilizando-se também pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias.
Em outras palavras, esse hormônio, masculino por excelência, é produzido pelos testículos, que também geram esperma e uma série de outros hormônios ligados ao desenvolvimento e funcionamento normais do espécime acrescido daquele apêndice.
A testosterona desenvolve e mantém as características masculinas normais. É responsável direto pela sua vontade de fazer sexo, mesmo tendo Pandora ou Lilith pela frente, sendo o seu Hitler inclemente a ditar-lhe o seu desempenho sexual e a sua função sexual normal.
Já nas mulheres, ela representa um décimo da quantidade registrada em homens sadios, tendo como papel fundamental auxiliar o bom andamento do seu organismo, mormente atuando como regulador folicular. Outro tratado que consultei registra que, nas mulheres, a testosterona está presente em níveis três a quatro vezes menores dos verificados nos homens saudáveis. Pequenas quantidades desse hormônio são lançadas pelas glândulas adrenais e pelos ovários, todavia, a sua quantidade mais expressiva deriva do metabilismo periférico da androstenediona e DHEA.
O Intrinsa, o Viagra feminino, adesivo transdérmico à base de testosterona criado nos Estados Unidos para aumentar o desejo sexual da mulher, mereceu recomendações para a sua retirada do mercado por aumentar os riscos de infarto e derrame e mesmo por acelerar o aparecimento de câncer de mama.
Nelas, a testosterona cede espaço para a estrogerona. Estrona, estradiol e estriol são os três estrógenos na importância funcional feminina.
Quando não há gravidez, a estrona e o estradiol são poduzidos pelo ovário em quantidades de apenas 100 a 200 microgramas por dia, sendo o estriol apenas um escasso subproduto do metabolismo da estrona.
A seu turno, a placenta é a principal fonte de progesterona, produzindo entre 300 e 400 miligramas por dia durante o terceiro trimestre da gravidez. A progesterona e o estriol são, assim, os principais esteróides sexuais registrados no decorrer da gestação.
Dos três estrógenos, o estradiol é o que mais estimula os seios e o estriol é o de menor efeito, sendo o primeiro mil vezes mais poderoso em seus resultados. Já o estriol apresenta-se como mais benéfico para a vagina, o cérvix e a vulva.
Em suma, o estrogênio é que produz as alterações registradas na puberdade, como o crescimento e desenvolvimento da vagina, do útero e das trompas de Falópio. Ele determina o aumento dos seios pelo crescimento dos ductos, de tecido estromal e da gordura.
Participa inteiramente da modelagem, ou conteúdo gorduroso, dos contornos do corpo feminino e da maturação do esqueleto. É ainda responsável pelo crescimento dos pêlos das axilas e pubianos, assim como pela pigmentação das aréolas e mamilos dos seios.
Daí eu asseverar, no vivificar e nas lições rígidas aprendidas no impositivismo biológico, que a mulher tem seus conluios carnais tão-somente por ser possuidora de hormônio de macho e responsável pelo ato sexual.
E elas não descobrem também que, com seus contraceptivos que fomentaram tantas feministas destemperadas do Talibã, apenas encharcam-se de mais hormônios femininos, verdadeira overdose a transformar também bundas, coxas e seios em anatomias grandiloqüentes, os quais vão inibir a sua menor quantidade de testosterona, fazendo-as naufragar no desinteresse sexual inclemente ou na frigidez contumaz.
A elas, assim afogadas em falsas desditas, nada mais resta a não ser dizer que o homem é pródigo na incompetência sexual, acrescentando ter sido o marceneiro o último espécime bom de cama. Tudo assim bem sopesado, não há como negar que o homem de uma única mulher apenas agride a biologia, quando desrespeita seus ditames testosterônicos. O macho que não pula a cerca está em desarmonia com o seu código genético. Não se encontra revestido de sua normalidade obrigacional testosterônica, como se um agressor da vida fosse.
Como se pode perceber cientificamente, a sexualidade feminina é bem mais complexa que a masculina, o que a psicanálise não se cansa em afiançar. E, com os seus estrógenos de mais, a mulher está tão acostumada a sentar-se diante do homem que desenvolveu evolucionariamente a necessidade de sentar-se até para urinar. Aliás, mulher hoje fala que faz as coisas tão bem quanto o homem, só que sequer consegue urinar em pé. E apenas quem pode urinar em pé é senhor absoluto do seu próprio destino.
Concluindo, a biologia é sábia/image/image.jpg?f=3x2&w=300&q=0.3"right">(Advogado e escritor; publicará proximamente o livro “Os Olhos Azuis de Hitler”)