Solon Diniz Cavalcanti
prsolon@hotmail.com
“Os pecados da carne são maus, mas são os menores dos pecados. Os piores são puramente espirituais, como o prazer em fazer os outros sentirem que estão errados, em ser mandão, caluniador e orgulhoso. É por isso que uma pessoa fria, farisaica e arrogante, e que freqüenta regularmente a igreja, pode estar mais perto do inferno que uma prostituta”. C. S. Lewis.
A verdadeira religião é feita de numinosidade, a busca por um autêntico e pessoal relacionamento com Deus, e não de crendices ou intelectualidade.
A religião autêntica é a expressão do encontro com Deus em atos de culto, na vida familiar e social.
“A falsa religião cria um caminho mecânico de regras, algo exterior.”
A falsa religião afasta o homem de Deus, pois produz nele um coração orgulhoso que se traduz por desprezo aos que não querem ou não conseguem viver de acordo com as suas regras.
A falsa religião cria um caminho mecânico de regras, algo exterior.
A verdadeira religião é fruto de um coração transformado.
Uma escravidão legalista produz uma espiritualidade artificial, como a dos fariseus. Quando uma pessoa insiste em renúncias para alcançar objetivos meramente religiosos, embora éticos, vem o sofrimento da alma, a frustração.
A verdadeira religião é como uma fonte no interior do fiel, jorra para fora produzindo mudanças espontâneas.
A Bíblia diz que o povo se maravilhava com a doutrina do Senhor Jesus, e isto causou inveja e despertou o ódio existente no coração dos religiosos. A palavra de renovação interior do Mestre dos Mestres ameaçava o domínio das tradições e regras exteriores dos rabinos. Foram os guardiões do Templo que levaram Jesus à cruz.
Na falsa religião a adoração é sofisticada, um conjunto de normas cerimoniais. Tudo é ensaiado e mesmo pessoas que não desfrutam da convivência com Deus podem adorar. Obedecem às ordens dos líderes, pois, em subserviência religiosa esperam alcançar as profundidades da comunhão com Deus.
“Na verdadeira religião rasga-se o coração”
Muitas cargas pesadas são impostas, doutrinas moralistas “não faça isto”, ou, “não toques aquilo outro”. Jesus desnudando os mestres da lei e os fariseus, disse: “Amarram fardos pesados e os põem nas costas dos outros” (Mt 23:4).
Na falsa religião rasgam-se as vestes como figura do verdadeiro arrependimento.
Na verdadeira religião rasga-se o coração, uma conversão ao Senhor.
A falsa religião faz distinção em vida secular e vida eclesiástica. O fiel é santo no templo, e um demônio em seus negócios particulares.
A verdadeira religião considera todas as coisas uma oportunidade de glorificar ao Senhor. O fiel busca expressar a vida interior em todos os atos de sua existência, tudo é do Senhor e para o Senhor.
Na verdadeira religião os adoradores adoram na liberdade do ESPÍRITO e em busca da renovadora VERDADE. Simplesmente acontece.
A falsa religião se apega à tradição, liturgias que são camisas-de-força da alma, feno que impede o surgimento do renovo.
Jesus assumiu a humanidade e quebrou os paradigmas da religião, transferindo de periférico para o interior do homem a valoração atribuída por Deus.
“Parem de julgar pelas aparências” (Jo 7:24).