Professor Sebastião Abiceu
Conforme o site www.unigente.com/professor, a origem do dia do professor ocorreu de acordo com o fragmento abaixo:
Em 15 de outubro de 1827 (no dia consagrado à educadora Santa Tereza D’Ávila), D. Pedro I baixou um Decreto Imperial no sentido de que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. A idéia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima - caso tivesse sido cumprida.
Surgiu apenas em 1947, exatamente 120 anos após o referido decreto, a primeira comemoração de um dia todo dedicado ao Professor. Foi em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a idéia de se organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano. O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro - data em que, na sua cidade natal, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. Era na Escola Normal Oficial de Piracicaba (atual Instituto de Educação Sud Menucci), onde tinha ele estudado e por onde se formavam professores para o ensino básico. O diretor, Onofre Penteado, gostou da iniciativa. A festa foi um sucesso. No ano seguinte, o jornal “A Gazeta” fez a cobertura do acontecimento, que já contava com a adesão de um colégio vizinho: o Pais Leme, que ficava na esquina da Rua Augusta com a Av. Paulista. Com os professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a idéia estava lançada, para depois crescer e implantar-se por todo o Brasil.
No dia 15 de outubro de 2007, completou 60 anos a primeira comemoração do dia do professor. Devemos aproveitar esta data para refletirmos sobre a nossa condição político profissional no contexto desta sociedade. Em países mais desenvolvidos os professores são cidadãos altamente respeitados, são vistos como aqueles que constroem, juntamente com as famílias do educando, a base da sociedade, construção que se faz não só em termos acadêmicos, mas acima de tudo, na edificação de valores morais e éticos. Infelizmente o mesmo não acontece aqui, no país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza, onde nossos governantes e grande parte da sociedade não dispensam esse mesmo tratamento a nossa classe. Aqui a educação, na maioria das vezes, é tratada como um grande negócio, uma educação puramente mercadológica, onde um projeto de educação humanista tem pouco ou quase nenhum valor. Bom professor para muitos é aquele que tem suas dicas contempladas nas provas dos vestibulares (os quais merecem todo o nosso respeito)
E aqueles que ajudaram a construir a base acadêmica? As nossas professoras alfabetizadoras, professoras das primeiras letras? Abro um espaço para lembrar a dona Fia em Estreito de Miralta, dona Eugênia, na E. E. Belvinda Ribeiro, dona. Eremita e dona. Adalciria, na E.E. D. Quita Pereira, para mim eternas mestras.
Mesmo diante de tantos descasos, tantas mentiras, é preciso acreditar, assim como Monteiro Lobato, que “um país de faz com homens e livros”, e que somos os maiores artífices desta construção. Por mais que queiram derrubar nossa auto-estima é preciso encontrar motivos para levantá-la e continuarmos caminhando olhando sempre para o horizonte, pois ele é uma grande utopia. Como bem disse a filósofa Terezinha Rios, utopia não é o impossível, não é ilusão, e sim aquilo que ainda não foi possível conquistar. Dentro desse contexto, para que serve o horizonte? Para que possamos continuar caminhando, com o desejo de conquistar o que desejamos e acreditamos que é indispensável, nossa dignidade profissional. Não podemos jamais desistir dos nossos sonhos, dos nossos ideais. É preciso que continuemos contagiando o nosso educando, incentivando-o a sonhar e sonharmos juntos, com um país mais desenvolvido, acima tudo, mais humano, mais ético, mais fraterno.