Carlos Lima

De agora em diante vamos fechar o congresso, não existe mais câmara federal nem senado nem república, o palácio do Planalto será sede da maior federação da grande mídia do (Brazil), na câmara se instalarão jornalistas eleitos numa negociação e escolhidos nos seguintes órgãos: Veja, rede Globo, Veja, Estadão, Folha de S. Paulo, O Globo. No senado serão compostos pelos donos desses veículos citados, no STF serão compostos por faquires, aqueles que se deitam sobre facas. Só que aqui, numa nova modalidades, todos com facas no pescoço e cada faca com um nome de um veículo de comunicação.

E o presidente será Alberto Dines que ficará observando o black-out. Será ele ainda um sumo sacerdote, uma espécie de oráculo que irá fazer previsões do futuro. Dirá, por exemplo, que o Flamengo fará 4x0 no São Paulo no próximo jogo e, se não for este o resultado, não será válido o perdedor passar a ser vencedor, pois o São Paulo merecia os pontos, por ter a maior torcida no tablóide Folha do zero a àsquerda.

Ele também vai ser um profeta do acontecido, pois, se assim for, será também um arremessador de facas, tipo aqueles de circo. Só que em nova modalidade ficarão juízes de futebol, para não dizer outros com suas jugulares expostas, e as facas serão atiradas só de raspão, como um aviso.

O Brasil deixará de existir economicamente e os mais ricos serão os que tiverem o maior número de assinaturas desses jornais, e a moeda será o Editorial, a mais valiosa moeda do mundo. Será preciso muitos dólares para se ter uma. E o povo, antes de entrar no trabalho, na escola ou no teatro etc., terá de ler as fantásticas opiniões do oráculo e se ajoelharão em sinal de obediência à nova República dos Jornalistas do Brasil, a maior potência do mundo, onde tudo é certo e nada é errado. E ninguém é humano; seremos apenas olhos sem consciência, obedeceremos o Makitub. Se assim for escrito, assim será. Se não for, não vale.