70 anos de Felippe Prates

Jornal O Norte
29/07/2005 às 19:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:49

Haroldo Lívio *

Nada como tempo para passar! Salvo engano, trata-se de um verso de Vinicius, que ouvi, há muitos anos, do saudoso amigo Marcílio Lins Albuquerque, fidalgo recifense, de quem guardo grata recordação, passe o tempo que passar.

Entretanto, o nome do dia é Dr. Felippe Prates, que está soprando um bolo de 70 velas, no Rio de Janeiro, cidade que ama apaixonadamente, cercado do carinho da esposa Amélia, dos irmãos, filhos, netos, sobrinhos, primos, e dos incontáveis amigos que tem garimpado em sua preciosa vida de homem de espírito e de ação.

Embora tenha nascido em Belo Horizonte e ali vivido boa parte da infância, e depois tenha mudado para o Rio, no desdobramento do destino, cumprindo brilhante carreira administrativa na Companhia Vale do Rio Doce, ele é, ainda assim, um montes-clarense da gema. Porque é Prates e está escrevendo o livro de memórias Nós, os Prates, modestamente, que fará grande sucesso editorial.

Ele é corjesuense, porque também é Lafetá, e foi no Sacratíssimo Coração de Jesus que nasceu seu pai, Newton Prates, o famoso jornalista que escrevia no Diário Carioca e cujo centenário de nascimento é comemorado neste ano.

Ele é januarense, pelo lado materno, pois foi em Januária que nasceu sua querida mãe, a educadora Isa Matos Prates. Representando o entroncamento de três aprazíveis cidades do Norte de Minas, ele é, sem dúvida, também, um norte mineiro por excelência, da gema do ovo.



O talentoso cronista Felippe Prates é neto do Major Prates, que dá nome ao bairro, bisneto do segundo Coronel Prates e tataraneto do primeiro Coronel Prates, o abolicionista que deu nome à avenida e construiu o casarão da Praça da Matriz, hoje do espólio Jair Oliveira. Quando ele nasceu, foi decidido que teria o mesmo nome do bisavô e tataravô, e que, como ambos, seria tratado por Juquinha Prates. Porém, para sua imensa frustração, tal fato não se deu, e recebeu, na pia batismal, o nome de um apóstolo, que tem conduzido ao longo de sua profícua existência, com dignidade, lustre e galhardia.

Quanto às virtudes, pelo que pude apurar, tem o coração do tamanho de um bonde.

Mesmo crescendo e vivendo entre BH e a Cidade Maravilhosa, foi educado na escola severa do jucrapatismo, religião fundada por um tio-avô seu, e aprendeu, no lar paterno, a amar Montes Claros sobre todas as coisas. Evidentemente que abaixo de Deus Nosso Senhor, com medo do castigo divino. Freqüentou nossa cidade na meninice, na adolescência, na juventude, na idade adulta, e, para completar sua rígida formação jucapratista, está passando uma temporada entre nós, para nosso prazer, já com a cabeça prateada pelos anos.

Felippe nasceu em 30 de julho de 1935, exatamente oito dias após a estréia do programa A Voz do Brasil, na Rádio Nacional, do qual veio a ser redator. Naquele ano distante, apenas para avivar a memória, registra-se que o Japão invadiu a China, e a marchinha carnavalesca mais cantada foi aquela da lourinha dos olhos claros de cristal. Essa melodia de Lalá, tocada até hoje, foi um prenúncio musical de que aquele garoto belo-horizontino, carioca e montes-clarense nasceu numa família feliz, muito feliz, e que a vida sempre haveria de ser para ele um mar de rosas, apesar de não haver rosa sem espinho. Parabéns pra você, nobre escritor Felippe Prates/image/image.jpg?f=3x2&w=300&q=0.3"right">* Escritor, membro da Academia montes-clarense de letras

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por