2009, o ano que já terminou

Jornal O Norte
13/11/2009 às 10:05.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:16

Waldyr Senna Batista


 


Primeiro ano de administração é carente de realizações. Principalmente nos municípios em que a transição se processa com grupos antagônicos. No caso de Montes Claros, onde assumiu, para o exercício do terceiro mandato, o prefeito Luiz Tadeu Leite conseguiu chegar incólume ao 11º mês do mandato, de 48.

Uma obrinha aqui, outra acolá, entremeadas com estocadas no antecessor, para mantê-lo ocupado com audiências no fórum, e medidas administrativas de efeito diversionista, que produzem algum barulho mas não levam ao cerne de questão alguma . O negócio é esperar o próximo ano, pois 2009 já terminou, e , nos próximos dois meses,tudo se limitará a enfrentar as crateras do asfalto, multiplicadas pelas chuvas, e se preparar para o tranco do 13º salário de 8 mil servidores.

E o exercício de 2010 não promete muito. Ano eleitoral, a legislação poda o calendário, impedindo liberação de recursos dos governos federal e estadual meses antes e meses depois do pleito, para evitar a influência do dinheiro nas urnas.

Ele trará também a marca do pós-crise mundial, em que os cofres oficiais deverão continuar lacrados, aumentando a choradeira dos prefeitos que sofreram corte nos repasses constitucionais. O final da crise está sendo festejado e será tema forte na campanha eleitoral, mas os municípios que se cuidem para o rescaldo das vacas magras. Um quadro que não encoraja grandes empreendimentos dependentes de recursos da União e do Estado.

O prefeito de Montes Claros não pensa assim. Tanto é que aproveitou a presença do ministro das cidades, Márcio Fortes, em Pirapora para entregar-lhe dois pacotes de obras, um de R$ 88 milhões e outro de R$ 50 milhões. Os projetos tratam de drenagem e recuperação de áreas degradadas, como os córregos Melancias e Cintra, e a reconstrução da avenida Vicente Guimarães. Estão previstas também intervenções em áreas de risco, entre elas o Feijão Semeado e Morro do Frade. Em entrevista, nesta semana, o prefeito manifesta otimismo quanto ao atendimento dos pleitos no próximo ano, o que colide com o panorama que se delineia.

Se essa é a grande aposta dele, a população da cidade que se cuide e se contente com  a promessa de implantação de complexo sócio-recreativo na região do Interlagos, que ainda não se sabe como será, local que vem sendo anunciado como cenário para o réveillon; e a elaboração de projeto para a melhoria do trânsito da cidade, que vai custar R$ 600 mil.

Pelas dimensões do problema do trânsito, parece muito pouco. Isso pode significar que o projeto abrangerá área restrita do problema. Montes Claros corre risco de parar, literalmente, sob efeito de monstruoso congestionamento que misturará caminhões, carros, motos, carroças e bicicletas. Já não há espaço para tantos veículos, que continuam aumentando na proporção de 500  carros e 1.500 motos por mês, sem que os espaços sejam ampliados.

A grande esperança tem sido a implantação do anel rodoviário, que sequer foi para o papel, depois de superadas dificuldades com terrenos da UFMG ( local do antigo colégio Agrícola). E as obras de conclusão das avenidas Sidney Chaves, rio Pai João e Rodoviária, que poderão trazer o desafogo para esse que é o principal problema da cidade na  atualidade. No momento elas encontram-se paralisadas.

Ficou por último referência à grande jogada da Prefeitura neste ano, que foi o patrocínio de equipe de vôlei na Superliga. Consta que ela custou ao município algo em torno de R$ 2,5 milhões e tem por objetivo divulgar o nome da cidade na esfera nacional. Com resultados positivos alcançados até agora nas quadras, o investimento poderá justificar-se. Mas, em termos práticos, não. Pelo menos enquanto não ficar comprovada a criação de empreendimentos de qualquer natureza decorrente dessa iniciativa.

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