Mirian Cavalcanti Prado
Colaboradora
O ano que há pouco se iniciou é ano político. A data que supúnhamos longínqua, inalcançável, enfim chegou.
Com ela, surgem expectativas e o despertar de novos anseios, experimentos; peculiares a cada novo ano que surge. Mas, a rigor, a entrada de 2008 prenuncia uma diferença variável, por constar do calendário, a eleição municipal.
No que concerne a demanda acirrada já visível, compete a cada um de nós “batermos de frente” por se tratar de problema e solução da nossa cepa. Ainda que requeira o acerto de um alvo ou um tiro decisivo no escuro, implica-nos de certa feita, uma perspicácia ainda mais aguçada, uma vez que as identidades e pretensões a serem estudadas por nós, em tão pouco tempo, levam a efeito, a escolha consciente de um só candidato. Há de se ressaltar que entre eles, não raro, existem os que se incompatibilizam com as nossas aspirações e se esbaldam em hábitos bastante peculiares. Muitos oferecem empregos públicos a desempregados (ainda que a procura seja maior que a oferta), remédios e até mesmo um frango assado (para quem não costuma tê-lo a sua mesa).
Caso venham ganhar as eleições, os agrados não param por aí: São promessas espalhafatosas e mudanças radicais em pouco tempo e ainda extinção dos grandes problemas existentes nas áreas de saúde, educação, segurança e até transporte... Como se essas não fossem funções compatíveis às obrigações dos eleitos para governar!
Nessa busca de confiança se faz imprescindível meditar, e muito! É decisivo acertar e fazer uma escolha consciente para que este seja um ano diferente e não seja mais um de promessas não cumpridas, com as mesmas e bem montadas encenações, repletas de artifícios e efeitos especiais, usados em “shows de realidade” para deslumbrar a nós tantos, pobres de espírito.
Afinal, ano-novo... “boas vindas” tantas e tão favoráveis. Certamente uma prévia que nos assegura a garantia de atentar às velhas artes de sedução que com a proximidade das eleições ressurgem... Nessa possibilidade, vale desconfiar das muitas “esmolas” para que o “santo” não incorra em perigo de tentação.
Por outro enfoque é lamentável o fato de o processo furtivo das urnas eletrônicas não emitir comprovantes que permitam uma auditagem posterior. Com esta observação pretende-se dizer que na maioria das vezes as corrupções aí se consumam e fica o dito pelo não dito. Em raras exceções é exigida a prerrogativa de anulação dos votos. Nos ajeitos do TSE, temos que acreditar que está tudo certo e que a chance existente de fraudes é mínima.
Candidatos oportunistas, na sua grande maioria, já são “figurinhas carimbadas”. Aproveitam o momento em que os direitos do cidadão comum se encontram debilitados e carentes de melhores reavaliações. E por aí se enveredam, desenhando em suas típicas promessas novos patamares de qualidade e expansão. Garantem lançar uma série de projetos que abrangem infra-estrutura e urbanismo mais adequados, além da garantia de outros requisitos básicos de planos assistenciais com aportes mirabolantes e muitas outras ilusões (se gabando de serem projetos exclusivos seus).
Na ânsia de ofuscarem seus adversários, vão até as últimas conseqüências para não perderem a chance de viverem o sonho de “poder” gastar mal o dinheiro público, alimentar a onda de falcatruas e não garantir qualidade ou resolução de problemas identificados.
Saindo vitoriosos, além de organizarem mal os projetos de administração, proclamam-se de pronto das postagens de boletos de IPTU na cobrança dos tantos impostos exorbitantes.
A sociedade enfim torce para que a boa escolha nesse extremo seja unânime e que tudo se concretize a contento, de forma mais coerente possível. E que as apostas na vitória do escolhido seja um vínculo de conduta capaz de distribuir com critério os investimentos e verbas que tanto são necessários à população!