Levando-se em conta a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que para sair da crise econômica em que anda enfiado o Brasil precisa de credibilidade, e comparando-a com o índice da inflação que nos últimos 12 meses atingiu quase 9%, o país encontra-se em aguda falta de credibilidade.
Levando-se a declaração ao pé da letra, a certeza é a de que, no momento, não é possível vislumbrar mudanças na economia a curto e médio prazos. Quem sofre com toda essa ausência de credibilidade é o pobre do cidadão que, com todas as suas obrigações em dia, vê, dia a dia, seu poder de compra ser corroído pela incapacidade do país em gerar credibilidade.
Para que a economia volte a crescer, de acordo com o presidente do Banco Central, a inflação precisa ser reduzida ou, no mínimo, controlada. Então, a bola de neve está formada: a inflação cria asas em decorrência de uma economia combalida, que, por sua vez depende de uma menor inflação para sair da UTI.
Enquanto não se encontra uma solução, a mesa do brasileiro vai ficando cada vez menos farta e, o bolso, mais e mais vazio.
Fartura mesmo, no atual momento, só é possível encontrar nas altas tarifas de energia elétrica, no preço absurdo do combustível e do gás de cozinha, que, sem dúvidas, acabam acarretando no aumento da inflação, que, por sua vez, tem deixado o valor da cesta básica fora do alcance das classes C e D.
Portanto, enquanto o Brasil não recupera a sua credibilidade, o cidadão vai acumulando dívidas, sonhos não realizados, fome. Até que se passe do discurso para a ação e se encontre um caminho viável que traga a economia de volta aos trilhos, a fartura de volta à mesa e a paz para o orçamento doméstico, será necessário seguir rezando e buscando viver um dia de cada vez, sem se deixar sucumbir ao peso de tantas mazelas.
Até quando será possível suportar? Isso só o amanhã dirá... Nesse meio-tempo, é viver de caos!