A briga entre os poderes da República é uma clara demonstração do fracasso do projeto Brasil. Enquanto aqueles que deveriam representar o povo, trabalhar para ele e por ele se digladiam em uma batalha que tem como objetivos interesses pessoais, a população se vê à mercê de si mesma, buscando formas de vencer a crise financeira, social, moral e de saúde que há tempos se instalou em terras brasileiras.
Se os presidentes dos poderes fossem menos narcisistas e se concentrassem em apenas fazer o seu trabalho, que no momento seria, em conjunto, buscar soluções para levar o Brasil a sair da crise em que se enfiou antes mesmo da pandemia da Covid-19 fazer morada por essas bandas, talvez vivêssemos um momento diferente e o país pudesse ser de fato considerado um país desenvolvido, não apenas pelos índices econômicos, pela positividade da balança comercial, mas sobretudo pelos índices sociais.
A busca de soluções para a coletividade é que faz de um país uma nação e, no momento, estamos longe disso, mais longe ainda de sairmos das múltiplas crises e de termos paz para buscar um desenvolvimento efetivo.
Até que o brasileiro entenda que é preciso escolher com consciência todos os seus representantes e até que surjam cidadãos dispostos a representar o povo e não seus próprios interesses, continuaremos, independentemente do resultado da economia externa, um país de terceiro mundo, tanto em mentalidade quanto em desenvolvimento social.
Até que se entenda que o voto vale muito mais do que alguns “mirréis”, do que um punhado de cimento ou algumas centenas de tijolos, permaneceremos vivendo em uma democracia capenga, presos a uma pseudoliberdade.
Se não mudarmos a nossa mentalidade e lutarmos por nós enquanto nação, ao invés de lutarmos pela direita, esquerda, centro ou, ainda, pelo leste, oeste, norte ou sul, permaneceremos reféns de podres poderes, sem jamais nos transformarmos, de fato, em uma nação, em um povo... Estaremos, sim, fadados a seremos, eternamente, uma nação fracasso, um projeto que nunca deu certo.