Cidade

Zona rural de MOC pede soluções para a falta de energia

Comunidades relatam perdas e pressionam concessionária em audiência pública

Márcia Vieira
Publicado em 02/03/2023 às 22:22.
Audiência Pública busca soluções para falta de energia na zona rural (ASCOM CÂMARA MUNICIPAL)

Audiência Pública busca soluções para falta de energia na zona rural (ASCOM CÂMARA MUNICIPAL)

Prejuízos que vão desde a perda de produção até a incapacidade para velar os seus mortos foram relatadas por moradores da zona rural, que travam uma luta permanente com a Cemig para ter acesso à energia elétrica. O assunto foi debatido em audiência pública nesta quinta-feira, na Câmara Municipal de Montes Claros.

Uma das situações mais dramáticas aconteceu no último final de semana na comunidade de Riacho do Fogo.

“Faleceu uma pessoa no final de semana, o corpo chegaria no sábado para ser velado e não chegou porque não havia energia. Ligamos para a Cemig e não recebemos nenhum retorno. Só no domingo que o corpo foi levado para uma funerária e ficou por cerca de meia hora. Isso é uma falta de respeito com as famílias. Muitas vezes a gente precisa recorrer a justiça para ter luz”, contou Antônio Martins ( Toninho da Coleta), representante da comunidade. Ele acrescenta que em 2019 foi feito requerimento pedindo extensão de rede para a localidade de Ponta do Morro, o que também não aconteceu, penalizando os moradores.

Já em Recanto da Serra, no Distrito de Nova Esperança, relata o morador Fortunato Ribeiro, as propriedades no local foram adquiridas com a promessa de que teria água e energia disponíveis, entretanto, a água foi instalada de forma precária, por meio de poço artesiano e a luz nunca chegou. “Para funcionar a bomba, a gente paga uma taxa para a Cemig. A luz não chegou e estamos precisando da sensibilidade da Cemig e dos órgãos que pertencem ao cidadão, como prefeitura e câmara “, disse. 

Em Rio do Sítio, cerca de 30k de Montes Claros, moradores relataram ter ficado até três dias sem energia no mês de janeiro, o que resultou em perda da produção de polpa, leite e outros alimentos, promovendo o aumento do preços dos produtos para o consumidor final, que acaba pagando pela perda. Os moradores sugerem que o município faça transferência da energia tradicional para a fotovoltaica e ainda, amplie as políticas públicas para as áreas não urbanas. 
 
REQUERIMENTOS
Gilmar Cardoso, gerente regional da Cemig, ouviu as demandas dos participantes e admitiu que algumas obras estão em atraso como reflexo da Pandemia. “Assim como prefeitura e outros órgãos tiveram dificuldade para comprar insumos e materiais, a Cemig padeceu da mesma situação. Estamos com um cronograma para colocar essas obras em dia ainda nesse semestre”, afirmou. Ele ainda explicou que não tem como falar de casos específicos, porque na audiência foram citadas apenas as comunidades e não situações individuais. Em relação a outras situações, o gerente destacou que “Infelizmente a legislação trava muitos dos atendimentos. “A Cemig sabe da importância, mas não tem como ir contra a lei. Havendo regularidade, a Cemig vai atender. A cada dia a lei aperta mais e não é porque a empresa não quer. O local tem que estar regular com a documentação”. 

Dentre os muitos requerimentos aprovados ao final da audiência, está o que pede que seja solicitado à Assembleia de Minas acesso irrestrito ao relatório da CPI da Cemig realizado naquela casa em 2022.

Para a vereadora Graça da Casa do Motor, presidente da Comissão de Agricultura da Câmara de vereadores de Montes Claros, é necessário que as demandas saiam do papel. “Mostrem melhorias, melhorem a nossa zona rural. Vamos enviar documentação, cópia da ata e imagens ao deputado Arlen Santiago, que vai encaminhar ao governador”, afirmou a vereadora, se referindo ao parlamentar que esteve presente à Audiência.

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