Moradores da rua 2, no bairro Planalto, fazem o que podem para chamar a atenção da administração municipal sobre a necessidade urgente de reparos em uma das ruas mais acessadas do local. Sobram buracos e falta a devida intervenção pública.
Alexander Soares, morador da região e também proprietário de um comércio na área, diz que foi necessário tirar do próprio bolso para garantir que os clientes pudessem chegar ao restaurante dele.
“Comprei R$ 300 de brita para jogar na rua. Meu prejuízo já foi enorme, porque o setor (bares e restaurantes) foi o mais prejudicado na pandemia. Ficamos parados um bom tempo e agora que retornamos precisamos trabalhar dobrado para compensar, mas a situação como está afasta a clientela. O acesso ao local está muito difícil”, reclama.
O comerciante conta que a falta de estrutura atinge não só o comércio, mas que é também uma questão de saúde, pois no mesmo local funciona um Posto de Saúde e um Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps/AD) 24h, cuja rotatividade é intensa.
“As ambulâncias chegam dia e noite com pacientes. São situações emergenciais e carros de lavanderia que precisam buscar e trazer as roupas de cama. Assistimos a dificuldade que eles têm para chegar aqui”, diz o morador, avaliando ainda que não é “em razão do período chuvoso que os moradores estão desassistidos, mas de uma ausência (do poder público) com os bairros mais distantes do centro da cidade.
“É uma situação que vem se arrastando desde o mês de setembro do ano passado e nós pedimos e mostramos várias vezes. Se disserem que é por causa da chuva, não é verdade, porque teve muito sol e poderiam ter feito um serviço definitivo. Eu vi ruas mais centrais que nem estavam estragadas recebendo o serviço. Aqui, quando a denúncia ganha publicidade eles vêm e dão um mel de coruja, e gastam dinheiro que vai literalmente pelo ralo. Nós precisamos de uma solução”, afirma Alexander Soares.
MUITAS QUEIXAS
M. A. S. é usuária do posto de saúde e também não esconde as queixas. “Prefiro não arriscar. Antes ficar gripada do que cair num buraco daqueles. Não garanto a caminhada, a minha perna às vezes não é suficiente para sustentar o peso do corpo e com tosse e espirro, pode faltar força. Melhor ficar quieta e esperar passar. A chuva levou a brita que colocaram e a cratera está lá de novo”, disse a dona de casa que abriu mão de fazer a consulta e aguarda que os sintomas cessem naturalmente. Ela pediu à reportagem para não ser identificada.
Isaque Leal mora em uma outra parte da rua menos afetada, mas é solidário aos vizinhos.
“Sexta-feira estava intransitável e eu ajudei a colocar a brita porque vi o sofrimento dos moradores. Quem vinha ao posto tinha que deixar o carro em cima e tentar usar o passeio, mas está tudo estragado e algumas pessoas têm dificuldade para caminhar. Esperamos que a prefeitura faça o serviço, porque o bar, por exemplo, tem o movimento prejudicado e ninguém chega até lá”, explica.
O Secretário de Obras, Guilherme Guimarães, foi procurado pela reportagem para falar sobre a previsão de obra no local, mas até o fechamento da edição não deu retorno sobre os pedidos de entrevista.
ESFORÇO CONJUNTO – Moradores reclamam ausência do poder público