
Só 56% das crianças de até 5 anos estão blindadas contra a gripe em Montes Claros. São mais de 13 mil meninos e meninas desprotegidos. A baixa cobertura vacinal é vista em todo o público-alvo da terceira fase da campanha de imunização, que termina nesta terça-feira (30). O isolamento social e o frio ajudam a explicar os indicadores.
Além das crianças, a última fase da imunização é voltada para professores, adultos de 55 a 59 anos, deficientes, gestantes, mães no pós-parto até 45 dias e detentos.
Em Montes Claros, apenas 49% dos adultos procuraram um posto de saúde para receber a dose de proteção. Entre as puérperas, o índice de cobertura ficou ainda mais baixo: 46,36%. E do total de gestantes que deveriam ser imunizadas, apenas 55% tomaram a vacina.
A dose não é capaz de proteger as pessoas contra a Covid-19. Porém, é importante para desafogar hospitais, pois o agravamento da gripe pode levar à necessidade de internação e, nesse período, há um estrangulamento do sistema de saúde em função do novo coronavírus.
O infectologista Carlos Starling faz alertas. “É preocupante. Isso me deixa descrente até mesmo em relação a uma futura vacina contra o coronavírus, contra a Aids. De que adiantou tamanho investimento em tecnologia se não querem se vacinar?”, questiona.
O médico reforça que a imunização é uma questão de consciência. “No caso dos pais, é uma irresponsabilidade. E, neste momento em que o coronavírus está se propagando com uma velocidade maior, as pessoas, no lugar de resolveram um problema, querem conviver com dois. Não é justificável”.
FRIO
A chegada do inverno é outra preocupação. A aplicação da dose não é sinônimo imediato de blindagem contra a gripe. O organismo demora até duas semanas para criar anticorpos.
DOSES
Mesmo quem ainda não se vacinou contra a gripe, mas pertencia aos grupos da primeira ou segunda fases, ainda pode se proteger. Somadas as três fases, o último balanço apontava uma cobertura de 94% em Montes Claros.
Os públicos que puxam o índice para cima são os idosos – 147% de cobertura – e trabalhadores da saúde – 109% protegidos contra o H1N1.
Em Minas, a taxa estava em 94,9%, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Até o momento, segundo relatório da última sexta-feira, foram registrados 132 casos de influenza e 15 óbitos.
VAI SEM MEDO
Em meio à pandemia, os centros de saúde estão aptos a receber as pessoas com segurança. Há uma orientação do Ministério da Saúde para que as salas de vacinação tenham entrada em separado e os profissionais atuem protegidos e paramentados, com máscara, luva e avental, sempre lavando as mãos. (Com Paulo Henrique Silva, do Hoje em Dia)