Durante os dez dias da 50ª Expomontes, o projeto de reciclagem “Pegada Ambiental Expomontes” arrecadou três toneladas de material reciclável. Liderado pela Cia Promoções e apoiado pela Sociedade Rural, Petrobrás Biocombustível e Suporte Ambiental, o projeto contou com a colaboração da comunidade e dos catadores de duas cooperativas de Montes Claros, a Eco Galpão e a Montesul.

Para o evento, 18 catadores foram cadastrados e conduziram um papel fundamental no processo de coleta e reciclagem dos resíduos, além do corpo a corpo com os frequentadores da Expomontes ao promover a conscientização ambiental. Cada trabalhador foi devidamente identificado com a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). 

Juntas, as duas cooperativas coletaram o total de 3,6 toneladas de materiais recicláveis. A conscientização do público e dos comerciantes da exposição foi bem abrangente, pois os catadores também recolheram 240 litros de óleo de cozinha usado e 1.600 garrafas de vidro. O resultado econômico dos materiais coletados chega a R$ 19 mil, que reforçam diretamente a renda de 18 famílias de catadores — algo próximo a 70 pessoas entre adultos, idosos e crianças.

Pedro Bicalho Maia, engenheiro ambiental e coordenador do Projeto Pegada Ambiental, explica que esta é a primeira participação na exposição. “Apresentei um projeto à CIA Promoções para, simultaneamente à realização do gerenciamento dos resíduos gerados pelo evento, incluindo a coleta seletiva com inclusão social dos catadores, conduzir uma campanha de conscientização ambiental. O objetivo foi informar o público sobre a importância socioambiental da reciclagem e valorizar o trabalho dos catadores como um pilar fundamental da cadeia de reciclagem e da economia circular”, diz.

“Para os catadores, esses projetos são vitais por várias razões. Primeiramente, eles promovem a inclusão social e econômica, oferecendo oportunidades de trabalho formal e melhorando as condições de trabalho dos catadores. Além disso, esses projetos valorizam e dignificam a profissão do catador, reconhecendo sua importância na cadeia de reciclagem e na economia circular. Através da capacitação e do suporte proporcionados, os catadores adquirem habilidades e conhecimentos que aumentam sua eficiência e segurança no trabalho, além de ampliar suas perspectivas de crescimento pessoal e profissional” explica o coordenador. 
 
RECONHECIMENTO
Outro foco na ação foi mostrar como é o processo da correta destinação dos resíduos gerados na exposição agropecuária, o que pode ser aplicado em diversas outras ações culturais do calendário de Montes Claros e da região. O fomento à chamada Economia Solidária é mais um ponto de destaque, até mesmo como parâmetro para a inserção definitiva do catador como profissional essencial nos eventos de grande porte.

Catadora há 30 anos, a presidente da cooperativa Eco Galpão, Maria Daluz Rodrigues da Rocha, avalia como significativo o trabalho ao longo da Expomontes. Para ela, a percepção do público na atuação dos catadores foi marcante. “Vimos o nosso trabalho ser reconhecido. As pessoas até mesmo nos ajudavam na coleta. E mesmo sendo um serviço exaustivo, ficamos todos muito felizes pelo resultado. Fiquei emocionada em vários momentos ao ver meu trabalho ser valorizado”, relata. 

Mãe de cinco filhos, Maria Daluz ainda destaca a importância do retorno financeiro para as famílias. “Antes, éramos até mesmo humilhados por sermos catadores. Mas sempre seguimos em frente porque nosso trabalho é honesto e necessário. E, na Expomontes a organização foi muito importante. Recebemos uniformes e EPIs para nossa segurança. Para quem antes não tinha nem reconhecimento, agora somos valorizados”.

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